quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Meu menino
 


Voz mansinha, carinho no peito, amor, beleza de traços suaves tão firmes e sutis. Pequeno como a palma das mãos, grande, tão grande meu menino é. Forte de luz, feito de amor, só podia ser... Amor! Passos lentos, num suspiro te acordo e te nino. Meu menino, quanto amor! a vida agora se completou. Flores vivas, de todas as cores surgem no chão do meu jardim. Pequenos pássaros, pequenos amores, a vida é bem melhor assim! Que graça o dia tem, a noite vem, pequeno menino, o mundo agora se embelezou com seu amor. Seu modo de rir, tão doce num sonho, como se sonha um sonho? Sonho acordada. Te balanço e te pego no colo, te vejo tão claro, amigo da paz. Sereno, meu pequeno, leve feito a brisa, leve a tristeza pra lá, que o sol te ilumine, que a chuva te lave a alma, que a terra te abrace e te faça criar raízes fortes, tão forte quanto o que sinto agora, desde o momento em que você chegou!

 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Não era uma cegonha - Da dor ao amor!

Depois do marca e desmarca da cesariana (cheia de medo, escolhida por conveniência e mais medo ainda de um parto normal) decidimos o dia 14. Mas 14? Numerosinho tão mais ou menos, nem 13 e nem 15... Q.u.a.t.o.r.z.e. ! Lento até na forma de se pronunciar. E lá estava eu, toda nos preparativos, arrumando o quartinho, pensando no meu inhoque do almoço de sábado, programando meu ultimo fim de semana de barriga. Acordo no dia 8, belo sábado de sol que entrava sem pestanejar na minha janela e vou apertada ao banheiro, (grávidas são amigas das privadas!) ops, nem deu tempo de chegar e já fiz o xixi, pensei eu depois de ter escutado as mil e uma historias de bolsas que estouram e de grávidas que pensam que é xixi. Achei meio estranho e lembrei que poderia ser a bolsa (mas e o plock que me falaram? Não era uma enxurrada que descia?) fui falar com a minha mãe e decidimos esperar, até vazar em mais uma calcinha o liquido com cheiro de água sanitária, vulgo banheiro de rodoviária. Ai a fixa caiu e sem cair completamente eu fui na maior calmaria me arrumar pra ir ao hospital. Chego lá, em jejum e só vou internar à tarde. Contraçãozinha vai, contraçãozinha vem... Que beleza essa colicazinha. Essa é a dor que as mulher reclamam? Que frescura (coitada, achando que ficava por aquilo mesmo). A danada foi chegando, eu que não sabia o que fazer só não fiquei deitada igual a medica me falou. Do resto, cantei mantra, deitei no chão, andei o hospital inteiro, fiquei de cócoras, quis fugir clandestinamente e correr pra outro hospital e fazer logo a cesárea (tão mais simpática), vi Deus numa alucinação, suei, pensei em escrever uma carta de adeus pensando que daquela não passava, chorei, morri de chorar, entrei no chuveiro (que alivio) e nos 8 cm finais (ainda faltavam 2) eu respirei fundo, não vi nada, não sabia de nada, não era nada, fiz a maior força da vida e me descobri forte outra vez. Nasceu num choro, na madrugada gelada e quente de estrelas e nuvens no céu, depois da tempestade de granizo, depois do sol que entrou num sorriso. Senti que agora eram dois corpos no mesmo sentimento, senti seu choro, tão lindo, morri e nasci outra vez. Não completamente eu mesma, mas absolutamente mãe! Peguei o Pedro no colo, no meio do suor e do alivio da dor, senti seu coração, junto com o meu, imaginei um filme da vida, dos primeiros passos, dos rabiscos na parede da sala, do primeiro banho de mar, do sorriso, do abraço, do amor. Era realmente lindo, bem mais que isso, era a vida! A vida tão mais simples e tão mais viva. E no meio daquilo tudo, da luz e do escuro eu me descobri vulnerável, mas capaz, menina, mas mulher, ninguém e ao mesmo tempo eu! Eu era aquilo tudo, viva outra vez! Menino nos braços, coração bonito, sem aperto, sem receio, era amor!!!
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


Equilíbrio

   Uma vez alguém me disse sobre o equilíbrio ser a chave do porto seguro tranquilo para os meus problemas. Que tal paradoxo, de menina mãe, não deveria mais existir para se ter equilíbrio. Que talvez, mãe não pudesse ser menina. Isso é o que as pessoas dizem o tempo todo e talvez o que elas queiram enxergar dentro de mim agora. Mas mudanças bruscas não podem ser o equilíbrio, pelo menos não para mim.
   A pessoa que me fez pensar nisso, talvez tenha cutucado em alguma ferida aberta, ou simplesmente feito uma mãe pensar sobre as coisas da vida. Mães sempre pensam demais! Fiquei parada ali me perguntando por que razão ainda gostaria de ser só uma menina com as responsabilidades de uma mãe. Porque não queria correr tão depressa com o resto que me cobravam, porque ainda gostava de dormir na cama da minha mãe.
    Fiquei pensando se isso por ventura seria algum pecado, alguma coisa que freasse as minhas ideias e me pausasse numa vaga lembrança que jamais poderia existir de novo. Mas depois, no mesmo instante cheguei à conclusão de que o meu equilíbrio era exatamente o contrario. Que o fato de eu ser mãe aos 18 anos não me faria mudar de menina para mulher. É claro que é preciso crescer e saber colocar a segunda água do arroz na medida certa, pra não ficar tão seco e nem tão papado. É claro que é preciso se casar e ter família e ter mais que um teto pra se morar. E que um fusca azul na garagem da nova casa não seria nada ruim.
    Mas acontece que mesmo que algumas coisas saiam dos planos reais e passem a ser agora os únicos planos reais, o resto dos planos continua existindo.  O resto dos sonhos, o resto de mim, o resto das fadas e de cada coisa que eu ainda acredito não merecem ser assassinados ou jogados fora, isso causa desconforto e desconforto não combina com equilíbrio! Por isso, ainda que um dia eu esteja não mais caminhando só e carregando um bebê no colo, ainda que um dia eu tiver de acordar de madrugada pra dar de mamar e não pra terminar de estudar a matéria de matemática que faltava pra prova, vou continuar me nomeando menina. E não que eu seja uma menina de corpo, de fala, de correr ao invés de andar... É que talvez eu seja uma menina de alma e isso não precisa mudar!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Aceite a situação!
 

  Aceite o momento do vento que bate tão lento e às vezes sopra pra longe o que estava tão perto. Aceite o estado de espírito que o amor se encontra. Suas fraquezas, suas quedas e seus joelhos ralados. Aceite a chuva e regue as flores do jardim. Aceite o tempo e aceite que há uma eterna diferença do tempo do relógio para o tempo verdadeiro. Aceite sua condição de braços abertos, acolha, amenize, passe a borracha no que passou, com carinho, mas aceite! Aceite a força que vem de dentro e se renova do lado de fora, em forma de amor, na forma da mais linda flor, aceite a vida! Se os pés estão cansados, descanse-os, se o sol te queima o rosto, corre pra sombra, mas não desista do caminho que está sob seus olhos agora, não se esqueça  da grandeza que é a paz e que por ser tão grande, mora bem dentro de você!
   Às vezes procuramos atalhos para chegar ao pote de ouro com mais rapidez, mas os detalhes, tão mais importantes, estão no meio do caminho longo e são cortados pelos atalhos que têm pressa demais para colocá-los em seu caminho! O pote de ouro pode ser só um pote e o maior tesouro na verdade talvez seja a beleza que estava pelo caminhar longo.
   Uma vez, desejei que os nove meses passassem correndo e sem que eu percebesse, a barriga seria logo substituída por um bebê nos braços. Talvez o sono fosse mais leve, o humor não mudaria de tom, as calças me serviriam pra sempre, tudo passaria num piscar de olhos sem lentidão e sem sofrimento, mas ao abri-los eu não me lembraria da forma tão sutil do pequeno ser de luz se manifestar dentro de mim, não me lembraria dos seus chutinhos de madrugada, nem de como era bom carregar uma vida dentro da própria vida e depender tanto dela, como ela de mim. As coisas passariam e talvez, eu não soubesse dos mais singulares e bonitos detalhes de ser mãe!
   Mãe aos 18 anos, um fato que foi preciso ser aceito pra só depois ser vivido e sentido e amado viver. Hoje sinto que estou feliz com a situação desde o dia em que deixei que as coisas mudassem livres para ordens diferentes. Que a menina se tornasse uma mãe e ainda assim, não deixasse de ser menina. E ainda que os olhares curiosos se apontem pra barriga de uma mãe tão jovem, prefiro inverter a ordem das palavras e me nomear uma jovem tão mãe!  

 

 
beirinha da nova água: Mãe


   Hoje me lembrei da menina mãe que era tão menina e tinha tanto medo de dizer sobre o amor das coisas. Que procurava grandeza tão grande pra mostrar a imensidão do universo materno. Que não sabia do cheirinho das roupas com carinho banhadas em amaciante a passadas no ferro quente. Que pouco sabia das coisas e pouco ainda sabe. Que tinha tanta sede de dizer que às vezes não dizia nada. O amor às vezes é assim, pouco se fala, pois não há palavras para sua imensidão. Costumava olhar pro céu e palpitar os nove meses que ainda não existiam. Era um mês de uma menina que ainda não sabia o que era ser mãe e que hoje, na beirinha da nova água, consegue imaginar, só imaginar o que é esse tal amor. Ainda não sabe do choro, nem do colo, nem de como dar o banho de água morna e amor, mas separa as roupinhas por cor e sonha com o menino bonito correndo pros seus braços num dia de sol quente. Ela já não se importa com as prioridades de uma menina, ela já não está só. Menina que borda em linha azul a palavra mãe e desenha no canto do caderno o nome tão lindo: Pedro! É amor, só amor que a menina descobriu!


 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Simplesmente


   Simplesmente quando o passo parece mais leve, com sede de água nos pés e areia entre os dedos. Quando o coração respira flor e faz amor com a divina forma de ser feliz. Felicidade quando simplesmente não queres nada em troca e sorri com sutileza, fazendo a alma transbordar. Simplesmente quando os olhos se fecham e a brisa sopra o rosto, dizendo que agora está tudo em calma. Quando a calma dos lábios fala, quando as palavras saem num suspiro e você só diz amor. Assim que eu me sinto, com o ventre aceso da luz, tão pura e tão bonita. Assim que eu me sinto, agora todos os dias, pois não há razão de ser feliz se não ser. Simplesmente ser. Ser o que você respira, ser o que seus olhos espiam e gostam de ver. Ser borboleta, leve, livre, solta, tão linda. Ser chão e terra de terra, que planta e faz a raiz crescer, de dentro pra fora, como deve ser. Ser a forma mais bonita que você deseja ser. As cores de todas cores, ser mãe. Puramente mãe! E simplesmente deixar que as coisas aconteçam no tempo sem relógio, no tempo cronológico da lógica de não esperar. Simplesmente acontece, quando tem de acontecer. Simplesmente nasce, cresce e vive. Simplesmente existe para doar todo o amor, e é simples, assim!
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quando


   E às vezes, quando o coração aperta e a gente não sabe se fica ou se vai, é hora de deixá-lo falar baixinho e pegá-lo no colo com todos os medos saudades e alegrias, com amor. É hora de refazer as malas e jogar uns papeis fora, de gravar aquele sorriso de uma amiga que vai pra uma faculdade longe de você, uma amiga que você deseja nunca esquecer. Hora de dizer boa sorte. Ou “boa hora”. Hora de arrumar as malas da maternidade e escolher um sapatinho vermelho, “pra dar sempre sorte pro nosso menino”. Agora a gente respira fundo e lembra do sol de janeiro passado, que passou. Das velhas estradas por onde muitas vezes pensamos sempre caminhar por elas, mas já estamos longe demais disso. Do sorriso fácil de um palhaço, do sorriso largo de uma criança sem dentes, da medalha de um santinho que diz a oração do santo anjo no seu verso. Das borboletas que voam com sutileza e leveza, das minuciosas palavras de carinho que alguém um dia guardou pra te dar num botão de flor.  
   A gente da risada do que passou, da fragilidade do eu, do ego com sua crista de galo bravo, do choro mansinho que desejava tanto falar. Descobre que a gente pode dançar conforme a musica, mas pode tapar os ouvidos pro que está tocando. A gente quer correr mansinho agora, pra não deixar o tempo escapar das mãos, como um punhado de areia; quer o céu de todas as cores, a chuva e o sol. A gente quer prever o futuro e ficar aqui mesmo. No tempo que não tem nome. Na nostalgia que é agora e em segundos, já não é mais.
   Eu queria ser um passarinho que voa bonito quando o sol vai embora, eu queria ser do tamanho do amor e por debaixo das asas tudo que cabe num abraço bom. Uma vez eu entrei no mar de noite e no céu preto tinham varias estrelas pintadas de prata brilhante. A água parecia céu e o céu parecia mar. Céu de água e mar de estrelas.  É dessas coisas que eu gosto de me lembrar! E ainda que não faça mesmo sentido algum e que da primeira á ultima frase isso tudo não passe de uma mescla de carinhos e lembranças, eu gosto disso por ser a vida, imperfeita, sem gênero nem tema. A gente vive o que o vento nos trás!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Infância

Eu me lembro bem de ser criança e de achar que o colo do meu pai era o cantinho mais seguro do planeta. Eu ficava olhando as sardinhas da minha mãe e pintava sardinhas no meu rosto de canetinha marrom. Corria tanto com os meus patins que achava que ia voar. Eu conhecia de olhos fechados todos os lugares da horta do meu avô e tinha certeza que as fadas moravam por lá. Queria ser uma bruxa, mas uma bruxa boa e ter um macaco de estimação. Me lembro quando eu corria pra água do mar e imaginava que minhas pernas se transformavam em caldas de sereia, de todas as cores. Eu gostava de contar as estrelas do céu e de imaginar formas pras nuvens. Ria tanto que fazia xixi na roupa e ria sem motivo. Me lembro que um dia minha avó fez pipoca com chocolate quente e eu achei uma combinação incrível. Amava desenhar as bonecas com a pinta da Angélica, mas todas tinham a xuquinha da Xuxa. Amava subir na porta e passar pelos lugares apertadinhos que mais ninguém conseguia. Às vezes eu me agarrava, mas eu adorava!  Não gostava de comer feijão e não gostava de relógio e nem de ir á escola. Tinha uma melhor amiga do mundo que eu achava que um dia seríamos irmãs e tinha uma máquina de fazer broches que eu nunca usei com medo de acabar. Amava coisas novas e andava com o chinelo novo em cima da cama e dos tapetes até eu achar q ele era velho pra andar na rua. Grudava o chiclete no prato na hora da comida e escrevia os nomes dos meus futuros maridos príncipes debaixo da mesa da minha avó. Odiava qualquer brinquedo de girar e aqueles que deixam a gente de castigo no alto. Uma vez tive piolho, mas nunca tive verrugas na ponta dos dedos por contar estrelas do céu. Uma vez eu rasguei um saco enorme de açúcar e brinquei de neve, fiquei de castigo por um bom tempo, mas foi incrível! Amava andar de meia pela casa e minha mãe odiava tanto e amava também o cheirinho que os trabalhinhos da escola tinham. Tinha um papagaio que cantava atirei o pau no gato e um cachorro grandão que se chamava Tobby. Depois tive um pequeno, e depois do pequeno ir embora só tive peixes e ratinhos, mas nunca um macaco. Queria fazer uma festa na lua, pra todo mundo dançar no ar. Não gostava de pintar as unhas e ainda não gosto. Não gostava de brincos e ainda não gosto. Gostava de usar macacão e uma blusa de borboleta que a vovó Lilina fez. E amava colher florzinhas pelo caminho da casa dela. Gostava de leite quentinho antes de dormir e gostava de ser uma princesa. Era o que meu pai dizia. Quando eu era bem pequena comia tatu bola e nunca tive dor de barriga por isso. Amava banho de chuva, e ainda amo! Tinha uma casinha de bonecas dentro do meu guarda roupas, que eu mesma fiz e tinha também uma irmã boneca que se chamava Ana. Hoje meu príncipe não tem coroa e eu não tenho mais medo de escuro. Sei pegar ônibus sem o frio na barriga, sei ver horas no relógio de ponteiro, ainda odeio matemática e decidi não ser mais bruxa, nem fada, só mãe. Uma menina mãe ou uma mãe que é pra sempre menina! Feliz dia das crianças!!!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Imperfeito!
   Cancerianos sentem frio na espinha só de pensar em mudar. Mudar o corte do cabelo, mudar de escola, mudar o sonho. Mudar, virar a vida, bagunçar os papeis, aumentar o som, falar alto, rir alto, ser mais alto, mais que um salto. Mais forte, sem contar com a sorte. Somos assim, pequeninos e inseguros, de coração grande, apaixonados pelas flores e pelos amores, ainda que as palavras não consigam ao certo dizer.
   Quando descobrimos então que a tal vida não para pra que a gente levante devagar de um tombo, e que nem tudo é exatamente como na mente deveria ser, o barco tomba, o coração aperta, a borboleta volta a virar lagarta e a gente quer sair sem ter entrado. Quer pintar sem sujar os dedos e se recusa a fazer um rabisco torto. Ora, que bobagem, a vida não é mesmo assim! Meninas podem ser mães aos 18 anos e podem levar as malas pra qualquer lugar. A gente pode parar numa praia e ver o sol caindo no mar. Pode desfazer laços da mesma forma que pode amarrá-los com nós mais fortes ainda. Pode pegar duas bolas de sorte quando tem dúvida de qual sabor e pode errar mil vezes, mil e uma até aprender que errar é normal.
   E quem disse que o frio na espinha sumiu? E que a mão parou de molhar e que as bochechas não hão de ficar tão rosas? A gente pode mudar pra um novo número e sentir medo de novo, e pode aprender a ser mãe só de sentir a luz no ventre, só de ser bonita, só de fazer chorar e ainda assim sentir muito medo, mas não o bastante pra desistir. Um dia me disseram que ninguém podia mencionar a grandeza do seu sonho por você, porque só você saberia a resposta. Eu sei que meu sonho é grande, do tamanho de um pingo pro universo inteiro, mas do tamanho do mundo pro meu coração. E que um filho fruto do amor só pode se chamar amor, vindo ele como for!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

É permitido sonhar!

   “E que as ilusões, leia-se felicidade, eram apenas isso: ilusões!” Que a ciência prova tudo, tem tese e conteúdo e que depois o  resto era só resto, o romantismo era só romântico, sem fato comprovado. E depois? E antes disso? Será que estamos fardados ao pequeno mundo infeliz cheio de provas e de concreto de areia? Isso, e nada mais? Ou será que os olhos preferem não ver aquilo que, de fato, jamais veriam por ser coisa só do coração. E justamente por isso é que é tão melhor ignorar a alegria, a magia e tudo que não se vê nem se toca.
   Algumas vezes é preciso se jogar de venda nos olhos e acreditar sem cruzar os dedos. Pode dar certo, se você quiser! É preciso não ter cautela, nem prudência e sair correndo pra alcançar o sonho, seja qual for sua altura. Sem pensar no peso, no ato, no depois. Depois é só depois que você fizer o agora, que você decidir viver e ser feliz pra sempre, ainda que o pra sempre seja um lugar do qual ninguém nunca chegou.
   Ter brilho, o tal brilho nos olhos que carrega a juventude no fundo da alma mesmo que o tempo resolva correr de bicicleta. Ter carinho, carinho pelas escolhas e pelas flores do caminho, carinho com o sonho e com as palavras que o coração deseja dizer. Ter amor, que nunca é demais. Amor pelo que faz, amor pela pessoa que você é. Amor para um abraço, amor pra dar um laço e tornar a vida mais doce, (agridoce, eu prefiro).  E eis que na leveza de ter o que não se compra, surge a magia de estar vivo e gerar a vida, tão linda, sem precisar gritar pra ouvir o eco. Mágica é quando você se torna simples, simplesmente feliz por acreditar naquilo que você deseja que um dia se torne real!  

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sobre a vida!
   Eu gostaria de falar sobre como as coisas podem ser moles ou flexíveis sem que os olhos percebam e que as asas se moldam ao vôo, ainda que seja pra ir pra longe de casa. Eu consigo guardar todas as pessoas que amo no coração sem apertar ninguém e consigo colocar umas mudas de roupa e alguns livros numa caixa e me mudar. A gente se adapta ao travesseiro e a cama nova e aos novos costumes, inevitavelmente. Aprende que algumas pessoas preferem abrir as janelas e outras gostam de cortinas fechadas. Que o tempero do feijão da sua mãe é mais gostoso quando você sente saudades dele e que você só vê a falta que um abraço faz quando ele esta longe demais dos braços agora.
   Mas a verdade, que pode ser só uma meia verdade ou só a minha verdade é que não há nada que o corpo não possa dançar em ritmo diferente, que os ponteiros não se ajustem ao novo tempo e a nova fase. A barriga faz força e desabotoa o botão do short, algumas coisas ficam agora no fundo da gaveta e a gente arreda um pouco mais a cama pra caber um berço e um cavalinho de balanço. Algumas pessoas foram pra longe e outras de longe parecem estar tão mais perto. O sorriso muda, a lagrima muda, o coração desaperta um pouco, fica seguro de si como uma mãe que carrega o mundo no colo, porque o mundo na verdade, é seu filho e seu amor.
   Às vezes fico pensando qual a grandeza do amor de mãe, porque o colo da mãe tem o melhor cheiro do mundo, porque abraço de mãe é forte e macio ao mesmo tempo. Porque mãe sente o que os olhos jamais saberiam ver e as palavras nem de longe conseguiriam dizer e me pego desejando ter essa tal grandeza dentro de mim e ser grande e mais forte, talvez gigante pra não fazer um filho chorar. Olho as crianças que correm na pracinha e penso na vida. Certeira sem nada certo. Precipício de coisas malucas que formam a mente e fazem a gente imaginar um futuro bom. De longe eu vejo um menino Pedro de sorriso largo feliz por estar na vida, essa mesma vida que me faz feliz também!

sábado, 1 de setembro de 2012

Esperança

   Houve um tempo, não muito longe que me propunha a admirar o sol pelas manhãs e ver que nada era tão escuro no meio do claro. Que não havia força pra derrubar se a gente era forte, que não tinha nada a temer, pois me sentia grande. Hoje eu tropeço e às vezes caio, fecho as janelas pra me esconder do mal... Mas acabei deixando o sol não entrar!
   A verdade é que às vezes, quando tudo está em paz e chega um vento entrando pela porta da frente, ele vem só pra bagunçar os papeis da casa, e nada mais. É preciso talvez ser o pesinho da mesa e não deixar que o vento destrua todo o resto. Que quando a gente tropeça é culpa apenas do cadarço de laços frouxos, que é preciso decidir amarrá-los bem forte ou caminhar descalço daqui pra frente.
   Que somos filhos de Deus de fato, não só de papo ou de poesia, que perfeito mesmo é aprender, que divino mesmo, é a luz de dentro que emana pra fora e faz parecer tudo bonito. Que não importa quantas vezes erramos e quantas vezes saímos do caminho certo, que não adianta se culpar pra sempre, nem se lamentar, nem ficar no chão absorvendo o mal e a poeira da rua. Que é bonito viver e que a felicidade soa nos ouvidos de quem quer escutá-la cantar. E não importa a casa ou o lugar que você estiver, se você encontrar a paz, terá pra sempre uma base de concreto, feita de amor!
   Não deixe a dança desencontrar dos pés, não deixe o corpo em silencio, permita-o a fala, permita o choro dos olhos, o cansaço dos pés. Permita parar e respirar, permita a vida e a sua luz brilhar. Eu já me deixei esquecer e ser levada pelo sufoco do mundo e pelo caos. Já me ceguei e me neguei a escutar, mas estou aprendendo, estou me erguendo, estou me permitindo errar e me pegar no colo quando eu estiver triste! Tudo passa!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


  
De sementinha à abobora – 22 semanas



 22 duas semanas e a barriga que cresce, apontando pra quem quiser ver que há luz dentro de mim ! Que mudou muito e que ainda vai mudar. “O rosto se desenha um rostinho de mãe”, já me disseram. Uma menina mãe! As calças não fecham mais e é impossível dormir de bruços. O talvez já é certeza, cada pessoa passa pelo caminho que escreve, que traça. E o meu, talvez nas linhas tortas, ainda tem flores e música que fala sobre o amor.
   Os dentinhos já se formam dentro das gengivas, os pezinhos medem exatos 4 cm,  e a gente descobre que pequeno mesmo é o medo e que todo o resto é só sorriso fácil e um chutinho na barriga. Que cursar a vida vai muito além da matemática e muito além do que se vê, que é preciso sentir e sentir de novo, com a palma das mãos e com o coração, que é preciso chorar e ver pra crer, que nessa vida não há nada de errado e que um dia, a gente cresce e a gente aprende a entender!
   Entender que é preciso ser mais vento e passar pelas gretinhas e entrelinhas, que é preciso correr, mas nunca perder a leveza, que basta se reinventar, "Deixar de ser quem era e se transformar em quem é". Quem você é hoje? E agora? Nesse segundo! Você é de que cor, de que amor, você é flor? Se descobrir, no fundo da alma e deixar a alma se mostrar. De dentro pra fora, quem você é agora? Eu, sou mãe!

domingo, 19 de agosto de 2012

Deixa o coração sorrir

    Ontem num fundo de gaveta a minha mãe achou uma pequena cartinha num papel meio amarelo que não me lembro porque escrevi, mas que dizia para ela não desistir dos caminhos que queria tomar, ainda que sua vida não fosse como as pessoas idealizam ou as revistas nos mostram. A verdade é que Você não precisa ter três ou quatro filhos e uma mini vã para levá-los aos jogos. E não precisa justificar o que há dentro do coração pra quem quer que seja. Existe sempre a nossa parte intima que faz rimas do que gostamos de ser, sem ninguém precisar gostar ou aprovar.
   Hoje no meio do almoço em família, congelei a cena e me apaixonei pelo que vi. Minha avó sorrindo com os olhinhos tão azuis, a mão da minha tia na minha barriga, fazendo um carinho no Pedro, meu avô na churrasqueira preparando os pãezinhos de alho e ao fundo aquelas musicas velhas que a gente nunca cansa de escutar. Isso é amor, tão simples como juntar a família aos domingos e ver vídeo cacetadas, tão simples como um pão com manteiga e um café no copo de requeijão. Isso é o que existe dentro de mim, e talvez o único caminho do qual tenho certeza que pretendo pra sempre estar. Uma velha estrada de terra com pessoas amorosas e nas janelas das casas pequenas, florzinhas amarelas plantadas em vasos de margarina.
   Às vezes, me vem um medo e uma vontade de me esconder, como disse na carta “pegar a minha boneca e voltar para casa”. Fico pensando em como vai ser, em qual a melhor posição para o berço ficar, em qual lugar estar e na verdade, nada disso importa. Quando perdemos a essência acabamos desconfiando da força do amor e nos julgamos incapazes de fazer qualquer coisa certa. Os pés parecem cansados e os olhos pesados, o coração parece fraco, pouco bate, pouco sente. E quando isso acontece, talvez seja a hora de procurar os velhos pares de chinelos, um pouco mais de prece, um pouco mais de ar, pra respirar e ver que o mundo vai muito além do umbigo, do ego, do eu e que a felicidade vem à pingos de conta gotas, ou como um sussurro ao pé do ouvido. Que ela não grita, nem exagera, que é pequena, mas vale muito!





segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Viva!

   Eu pensei que nunca me faltariam palavras para contar das coisas boas e que tocam tanto assim o coração da gente. Mas são justamente nessas horas, às vezes tão pequeninas que a lágrima fala ao invés da gente dizer. Sábado descobrimos, o que as alianças não me disseram e nem os testes da colher. Era um menininho! O que o vovô Marquinho já dizia, era o Pedro, menino Pedrinho, pequeno gnomo iluminado do meu jardim de flores! Um serzinho de luz que habita minha barriga e que em breve vai correr pela rua e soltar pipa colorida!
   Não existe tamanho que eu possa alcançar e mostrar: é esse o amor que eu estou sentindo! Vai ver que amor de mãe é mesmo infinito... E que agora no mundo que às vezes me parecia confuso e de cabeça pra baixo, de longe consigo ver alegria e tudo dando certo pra essa pequena grande família que vive bem dentro do meu coração!
   Gratidão à luz que é Deus, pelo presente já tão amado e feito com cuidado, sem muito se pensar. Quando tudo dá certo sem a gente planejar, feito flores que nascem no campo e coração quando quer amar!!!
Um viva para o menino Pedro!!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2012


Menina grande
   A gente cria na cabeça um jardim que nunca faltará água e nem flores e nem borboletas. A gente pega a esperança feito um punhado de areia nas mãos e quer que ela não saia pelos dedos. Um dia vem a seca e o jardim seca os galhos. Tudo é imprevisível e estar grávida, aos 18 anos, vida começando e mil pessoas falando que foi cedo demais tem me dado a lição da qual eu mais precisava: não se pode prever nada!
   Num dia você é só você, com seus caprichos tão jovens e um coração tão livre, no outro já não tem nada disso. Não tem caprichos, tem vida! Quer coisa melhor do que a vida? Tem um coraçãozinho que bate dentro de mim e um pezinho que chuta a barriga de madrugada e me faz acordar. Tem passos firmes pelo caminho, de uma borboleta que vivia tão solta e que agora gosta de crescer. A menina que não sabe cozinhar e nem colocar a segunda água do arroz sem fazer queimar. A menina que queria ser mãe e ser bióloga e fazer teatro na pracinha da cidade pequena e ver todos os olhos sorrindo. A menina que queria virar bailarina e depois queria ser sereia, a menina que nunca teve pressa de ser grande e acabou ficando grande menina, pra sempre! Que ainda quer sair de mochila e voltar com flores nas mãos e que o tempo não há de impedir.
   Aprendi que a ordem dos fatos pouco muda a vida e se muda é pra melhor. Se cair a gente levanta, se faz chorar... Agora é só por amor!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pequena visita


  Hoje no solzinho morno da tarde quando eu só esperava do dia as normalidades de sempre num ultimo dia de férias sem muita coisa pra se fazer achei uma leve menina brincando no chão da rua. Parecia se camuflar na calçada cinza, mas quando abriu suas asas, como quando abrimos um sorriso me mostrou suas cores fortes e felizes como quem deseja “alegria”.
   Quase puxei um diálogo com a menina borboleta por estar assim tão leve e colorida, capaz de fazer os olhos vidrarem-se ao vê-la. Sempre gostei de borboletas, como gosto do mar e do cheiro forte do café da minha mãe na xícara, mas hoje em especial, gostei dela pela simples forma que se manifestou viva e unicamente bela no chão da rua. Coloquei meu dedo bem perto e ela veio, a admirei por belos minutos e quando a agradeci pela ultima foto bonita que havia tirado, ela se foi como se entendesse a despedida. Depois a danada voou e acreditem, foi parar na varanda da minha casa e nos olhamos por mais alguns minutos até ela voar no céu azul de inverno.

   A verdade é que coisas simples, pequenas e tão leves, quando vistas na palma das mãos nos mostram o quão bonita e pequena é a vida com suas cores e seus traços de alegria e que não basta muito para vê-la assim sorrindo, apenas um par de olhos! Boa noite!!



Por todas as vezes que seguir foi querer ficar, apenas ficar, eu digo que ir é não dizer adeus tão triste, que ir é seguir o coração seguindo o vento, mesmo tão frio lá fora. Eu digo que ir é ter coragem, é saber domar as borboletas selvagens de dentro de você que gritam “não vá”. No fundo você sabe quando deveria ter ido e preferiu ficar. Só mais um pouquinho, você dizia, mas daqui a pouquinho, já pode ser tarde demais.
   Não deixe ser passado, aperte logo os laços mal feitos, menina ou os soltem de uma vez para não tropeçar neles mais tarde. Não faça de conta que não é com você, não se esconda com medo do novo. Novo é tudo aquilo que você vive agora, exatamente agora, novo é o presente quentinho que acaba de não ser mais futuro. Novo é viver, e ter medo disso é não estar vivo!


segunda-feira, 30 de julho de 2012

falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio...


   Não é como estar na fila da pipoca ou muito apertada pra fazer xixi (ainda que seja uma grávida). Não é como a ansiedade de uma prova de matemática ou como a espera do verão bem no meio do inverno.
   É como se fosse isso tudo mil vezes mais à flor da pele somado ao silêncio que a madrugada faz só com o zunido do vento do lado de fora. Como se você virasse uma cachoeira que chora todos os dias e quase toda hora. É como conversar com a barriga bem baixinho dentro do ônibus pra que ninguém pense que você está ficando louca. Como um novo mundo de cabeça pra baixo que não te permite ficar de cabeça pra cima. Como pensar se vai dar certo mil vezes mesmo tendo certeza de que nunca vai dar errado!

A trlha sonora de uma grávida à espera:

http://www.youtube.com/watch?v=OhfSkSda5TI
Crescer

   É quando você começa a entender que não se pode entender tudo, quiçá as coisas do coração. Quando você tira as rodinhas da sua bicicleta e pedala sozinha com as próprias pernas. Quando você aprende a dar o nó no tênis e a não tropeçar mais por isso. Quando você já sabe o caminho de casa de olhos fechados e vê que já é hora de se mudar. É quando você dá conta de regar sua arvorezinha na medida certa, sem ninguém ter te ensinado isso antes. É quando os sapatos ficam apertas e as roupas curtas, quando a barriga cresce e você já não se sente apenas uma filha, se sente mãe!

   Crescer é ter certeza que alguma coisa mudou, que o choro mudou, que o cabelo cresceu, que a menina se desenha mulher, uma mulher que será sempre menina e que cresce devagar, no balanço da onda do mar, no mansinho, pequenininho... Mas que cresce todos os dias!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O amor!

   Eu costumava dizer que o amor era uma ilustre presença de um vento quentinho que logo se esfriava. Sempre foi assim, os relacionamentos floresciam lindos e depois as flores murchavam! Nunca soube manter o amor quentinho sem que ele virasse uma parte chata da rotina, como uma sopa fria.
   Mas ai chegou a pequena grande noticia da minha vida: deu positivo! Duas listrinhas vermelhas num papel molhado de xixi mudaram todas as direções dos ventos, e meu cabelo, por muitos dias ficou de pé. Tudo parecia ter mudado de ordem, ou melhor, saído da ordem.  Agora éramos 3. Eu, neném e o Bruno (meu namorado). Quando ele recebeu a noticia, ficamos em silencio, só em silencio e o mundo todo pareceu ter ficado assim. Mas a verdade, é que o destino só fez uma coisa da qual tenho realmente certeza: não deixou meu amor ir embora dessa vez!
    Ando pensando muito a respeito do amor. Esse bichinho que entra na vida de gente e faz a maior confusão lá dentro, mas que só faz essa confusão por causa do danado do ego. Outro bichinho que mora dentro da gente e quase nunca deixa o amor ficar. Fui obrigada a deixar o amor entrar e tento destruir o outro bichinho todos os dias. Descobri que é impossível deixar o amor viver se o orgulho sempre fecha as portas. E acreditem, eu o encontrei!
    Infelizmente o remédio para a cura do nosso vazio não é o bolo na geladeira e nem o outro, é o que há dentro do que somos. Ninguém completa ninguém, e ninguém carrega (e nem merece carregar) a obrigação de ter em mãos a fórmula da felicidade de outra pessoa. Porque todo mundo nasceu completo e quando a gente descobre isso, acaba descobrindo como é bom amar e viver com alguém sem barreiras para os abraços, alguém que te ajude a crescer... Isso é o que eu costumo chamar de amor!


Como começar a escrever


   A vida vem me parecendo mais clara, em cores pastéis (de quarto de bebê) e venho vendo as nuvens rosas de frio, mas muito lindas! Como começar a escrever, digo que ser mãe é só começar. A gente pode não saber o enredo nem como acaba, ou se acaba, mas continuamos escrevendo todos os dias e fazendo da vida ou dos pedaços dela mais capítulos do nosso livro.
   Já me disseram que dar banho é difícil, que amamentar dói até a alma, que o choro do neném te faz chorar com ele e que depois de ser mãe você só dorme quando ele quiser. Mas talvez as mais belas coisas nunca serão ditas, por faltarem palavras. Como descever os primeiros sorrisos? Os primeiros desenhos, mesmo que na parede da sala. Como escolher as melhores palavras para dizer: estou grávida!
   Algumas coisas saem mesmo do plano de vida, surgem mesmo, como um sol no inverno. Inesperadamente belas e assustadoras. Mas acredite, a gente tira de letra. A gente aprende ser mais forte e aprende o significado do que é o amor. Amar sem nada em troca, amar por estar aqui, dentro de mim!  É feito o instinto, instinto de gente que vira instinto de mãe e que cresce dentro de nós.
   Por isso, vivo vivendo, sem contar os dias, as horas, os meses. Aprendendo a ser mãe comigo mesma. Como aprendo a ser eu, todos os dias!

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Estou aqui

   Estou aqui pra te mostrar que a vida não é fácil e que a doçura das flores existe em qualquer lugar, que o céu é sempre céu e o mar, sempre mar. Que às vezes o mundo sorri, mas quando ele resolver chorar, que você tenha forças para sorrir pra ele em troca de uma lágrima. Que seu coração nunca seja pequeno para amar demais, porque isso, não dói! Que a sua vida seja repleta de cores e que a ela pertença o som de uma gargalhada. Que ser criança seja pra sempre, mesmo que crescer seja inevitável. Que você acredite no que quiser, pois o que quiser, será! Que você tenha a força sagaz da água, que passa pelas pedras das cachoeiras e não as vê como obstáculos e que o som da sua vitoria seja como o som da queda das cachoeiras.

    Não busque ser o melhor, busque ser melhor todos os dias em tudo que você fizer. Não corra tão depressa, mas saiba que todo tempo é pouco e por isso, viver a vida é tão valioso. Voe pra longe e quando quiser, volte. Você sempre terá uma amiga e um colo com cheiro de mãe. De muitas coisas eu ainda não sei, mas sei da vida, sei que a gente cai e que às vezes a gente chora, sei que o medo existe, pois já estive com ele, sei que não é fácil, mas que a gente dá pé. Que a maré às vezes acalma pra gente nadar e quando tiver cheia demais, o melhor é não fazer nada. Sei que o céu às vezes é azul e no frio é rosa, que a lua tem 4 fases e que as mulher tem mais de mil. Sei que o amor parece longe e as vezes tão perto, você vai entender, não se pode entender muito sobre o amor. Sei que existe vida além do que os olhos podem ver e que dormir é mais gostoso quando a gente sonha. Que no mundo ninguém é igual a ninguém, mas que no fundo do coração, todos nós somos iguais. Não sabemos da onde viemos e nem pra onde vamos, mas aqui estamos e temos todos uma missão. Seja ela qual for, faça-a com o seu amor e ame o que lhe pertence. Ame a família e ame os amigos, ame acordar e ame poder caminhar pela areia da praia. Ame as coisas pequenas, as flores, as borboletas tão leves, o vento soprando os cabelos, as gotas de chuva molhando a natureza e lavando a alma de quem ainda quer acreditar. Ame o que o dinheiro não é capaz de comprar, o que é de graça, o que tem graça, o que é feito do amor.

   E ainda assim, quando tudo que você ama parecer estar perdido, quando a saudade sufocar, quando o peito apertar e a lagrima quiser chorar, quando o medo vier, quando o escuro for maior do que o claro, não se preocupe, cada um carrega aquilo que é capaz de carregar, e você se descobrirá forte e iluminado pra enfrentar qualquer escuro outra vez! Eu te amo, apenas por já existir, apenas pelo seu coração bater e por você ser parte de mim e parte do mundo inteiro. Eu amo você, sem nada em troca!

Um carinho, mamãe que te espera aqui fora!

terça-feira, 10 de julho de 2012


Força

   Força que a gente tira do fundo da alma, sem saber que havia fundo. Força que vem de dentro de um sorriso de quem quer te ver bem. Força das palavras de um amor, tão amor. Força dos aplausos que a vida te dá por tudo que se faz vitorioso todos os dias. Força do chão, das raízes do coração, força da vontade de querer ficar de pé, bem maior que o medo do desconhecido.
   Eu já quis ser sozinha, tão só. Dividir a liberdade com as asas e pertencer apenas ao vento que sopra. Eu já quis entrar no mar e nunca mais sair. Eu já quis não ter nada e ser de todo mundo, sem ser de ninguém. Mas eis que surge a vida da vida, o medo e a paixão, a lágrima triste, quente, salgada e alegre. Eis que os ventos mudam, e o mundo muda a direção. Às vezes a gente pensa e jura que não vai dar pé, que a maré tá muito alta, que a tempestade não vai passar. Mas ai vem a força, mansinha que agarra lá dentro e não te faz desistir. Mas ai vem o som da gargalhada e a cor da cor do sol aquecer o que não havia calor. E você se descobre forte outra vez!

Caroline Passos

domingo, 8 de julho de 2012


Detalhes


   E de repente o mundo me surpreende com um abraço da sorte, uma luz do fim do túnel, um alguém que me espera depois da longa estrada. Não sei onde vou, nem de onde se fez o começo, só sei que vou seguindo, respirando palavras de amor e intolerâncias do ser. É complicado viver aqui às vezes, onde tudo parece inseguro de mais, grande de mais, absurdo de mais. Mas o sol ainda brilha atrás das nuvens, a chuva ainda molha o jardim da menina e o mundo? Bem...ele continua a rodar independente de quem roda junto com ele!
   Um dia um velho amigo me disse que quando ficamos presos aos detalhes, acabamos perdendo o mais importante. Se você olha apenas o brilho de uma estrelinha, acaba perdendo o espetáculo da noite.Na vida perdemos muito tempo planejando os passos do que andando, prevendo o futuro do que o fazendo real. Nos prendemos aos detalhes! Em qual a melhor posição do jarro de flores na mesa, em qual toalha usar e acabamos não decidindo nada e deixando o jantar esfriar. Queremos a todo momento controlar os dias pra tudo parecer mais certo e sereno pro coração e ser mais confortável dizer “está tudo sob controle”. Mas uma variável que muda é como o fim! Porque ele não ligou? Porque o sol não veio? É talvez a prova que menos queremos saber, a prova de que viver é vulnerável e talvez incerto e que a sorte um dia te espera com flores na mão e no outro não há sequer vestígios dela.
   Mas ainda assim, te convido a erguer a cabeça e ver que o dia ainda não acabou. Ainda dá tempo de dizer te amo à alguém especial e regar os vasos de flores na varanda. Você pode não ser a pessoa mais rica, ou a pessoa mais linda, mas pode ser alguém que ama a vida e que por isso coloca esse amor em movimento. Que dança, que sorri, que chora, que VIVE! Não há nada mais bonito e mais autentico do que colocar amos nas coisas simples da vida e ver que é simplesmente belo o ato de viver!  
Caroline Passos

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Aloha

   
   Eu sempre quis ter um blog, só que eu sempre fui meio avessa à tecnologia. Quando mais nova pensei num blog de moda, num blog criativo ou num blog que fosse meu diário. Mas ai eu sempre me acabava naquela preguiça de ler meus livros na cama  e nem encostava o dedo no computador. Resultado: eu nunca tive um blog! Na verdade, já tive mais de 5 contas, que já não lembro seus logins e suas senhas. Mas agora, aos recém 18 anos, mamãe adolescente surpresa de três meses, optei em fazer um blog que falasse sobre toda essa magia e confusão de ser uma mãe adolescente e inexperiente, tanto na cozinha quanto em qualquer outro assunto. Apesar de amar crianças!  
   No começo, foi um susto, vi meu mundo todo, todas as bonecas de pano do meu quarto, todos os sonhos de estudar artes e de fazer viagens de mochila nas costas caindo feito um peso em cima de mim em forma de lágrimas salgadas. Me dava pânico de pensar na barriga crescendo, mas ao mesmo tempo, alegria em forma muitas cores de saber que eu e meu namorado fizemos “uma lenha” de muito amor!
   É isso, espero quem gostem de saber um pouco das minhas descobertas e do mundo visto dos olhos de uma menina mãe ou de uma mãe tão menina!

Caroline Passos