domingo, 19 de agosto de 2012

Deixa o coração sorrir

    Ontem num fundo de gaveta a minha mãe achou uma pequena cartinha num papel meio amarelo que não me lembro porque escrevi, mas que dizia para ela não desistir dos caminhos que queria tomar, ainda que sua vida não fosse como as pessoas idealizam ou as revistas nos mostram. A verdade é que Você não precisa ter três ou quatro filhos e uma mini vã para levá-los aos jogos. E não precisa justificar o que há dentro do coração pra quem quer que seja. Existe sempre a nossa parte intima que faz rimas do que gostamos de ser, sem ninguém precisar gostar ou aprovar.
   Hoje no meio do almoço em família, congelei a cena e me apaixonei pelo que vi. Minha avó sorrindo com os olhinhos tão azuis, a mão da minha tia na minha barriga, fazendo um carinho no Pedro, meu avô na churrasqueira preparando os pãezinhos de alho e ao fundo aquelas musicas velhas que a gente nunca cansa de escutar. Isso é amor, tão simples como juntar a família aos domingos e ver vídeo cacetadas, tão simples como um pão com manteiga e um café no copo de requeijão. Isso é o que existe dentro de mim, e talvez o único caminho do qual tenho certeza que pretendo pra sempre estar. Uma velha estrada de terra com pessoas amorosas e nas janelas das casas pequenas, florzinhas amarelas plantadas em vasos de margarina.
   Às vezes, me vem um medo e uma vontade de me esconder, como disse na carta “pegar a minha boneca e voltar para casa”. Fico pensando em como vai ser, em qual a melhor posição para o berço ficar, em qual lugar estar e na verdade, nada disso importa. Quando perdemos a essência acabamos desconfiando da força do amor e nos julgamos incapazes de fazer qualquer coisa certa. Os pés parecem cansados e os olhos pesados, o coração parece fraco, pouco bate, pouco sente. E quando isso acontece, talvez seja a hora de procurar os velhos pares de chinelos, um pouco mais de prece, um pouco mais de ar, pra respirar e ver que o mundo vai muito além do umbigo, do ego, do eu e que a felicidade vem à pingos de conta gotas, ou como um sussurro ao pé do ouvido. Que ela não grita, nem exagera, que é pequena, mas vale muito!





5 comentários:

  1. E continua você me emocionando com suas palavras né irmã?! hehe
    Você me fez querer escrever de novo, por saber que com pequenas frases podemos mudar o dia de alguém e você como sempre, melhorou o meu...

    ResponderExcluir
  2. poooxa, que honra a minha!!! que seu dia seja smepre belo e que você volte mesmo a escrever..até hj me lembro do texto lindo que você fez pra sua irmãzinha!!! vc é um poeta, um beijo da sua irmã!!!

    ResponderExcluir
  3. Oi amiga global! Me lembro como se fosse ontem de vc me contando que sua mãe achava que vc era Pedro rsrs dos testes da colher e tudo mais... e agora ele ta ai dentro de vc crescendo cheio de amor e carinho da mamãe mais doce que ele tem! Um beijo.. saudades! Chriss ;)

    ResponderExcluir