terça-feira, 31 de julho de 2012

Pequena visita


  Hoje no solzinho morno da tarde quando eu só esperava do dia as normalidades de sempre num ultimo dia de férias sem muita coisa pra se fazer achei uma leve menina brincando no chão da rua. Parecia se camuflar na calçada cinza, mas quando abriu suas asas, como quando abrimos um sorriso me mostrou suas cores fortes e felizes como quem deseja “alegria”.
   Quase puxei um diálogo com a menina borboleta por estar assim tão leve e colorida, capaz de fazer os olhos vidrarem-se ao vê-la. Sempre gostei de borboletas, como gosto do mar e do cheiro forte do café da minha mãe na xícara, mas hoje em especial, gostei dela pela simples forma que se manifestou viva e unicamente bela no chão da rua. Coloquei meu dedo bem perto e ela veio, a admirei por belos minutos e quando a agradeci pela ultima foto bonita que havia tirado, ela se foi como se entendesse a despedida. Depois a danada voou e acreditem, foi parar na varanda da minha casa e nos olhamos por mais alguns minutos até ela voar no céu azul de inverno.

   A verdade é que coisas simples, pequenas e tão leves, quando vistas na palma das mãos nos mostram o quão bonita e pequena é a vida com suas cores e seus traços de alegria e que não basta muito para vê-la assim sorrindo, apenas um par de olhos! Boa noite!!



Por todas as vezes que seguir foi querer ficar, apenas ficar, eu digo que ir é não dizer adeus tão triste, que ir é seguir o coração seguindo o vento, mesmo tão frio lá fora. Eu digo que ir é ter coragem, é saber domar as borboletas selvagens de dentro de você que gritam “não vá”. No fundo você sabe quando deveria ter ido e preferiu ficar. Só mais um pouquinho, você dizia, mas daqui a pouquinho, já pode ser tarde demais.
   Não deixe ser passado, aperte logo os laços mal feitos, menina ou os soltem de uma vez para não tropeçar neles mais tarde. Não faça de conta que não é com você, não se esconda com medo do novo. Novo é tudo aquilo que você vive agora, exatamente agora, novo é o presente quentinho que acaba de não ser mais futuro. Novo é viver, e ter medo disso é não estar vivo!


segunda-feira, 30 de julho de 2012

falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio...


   Não é como estar na fila da pipoca ou muito apertada pra fazer xixi (ainda que seja uma grávida). Não é como a ansiedade de uma prova de matemática ou como a espera do verão bem no meio do inverno.
   É como se fosse isso tudo mil vezes mais à flor da pele somado ao silêncio que a madrugada faz só com o zunido do vento do lado de fora. Como se você virasse uma cachoeira que chora todos os dias e quase toda hora. É como conversar com a barriga bem baixinho dentro do ônibus pra que ninguém pense que você está ficando louca. Como um novo mundo de cabeça pra baixo que não te permite ficar de cabeça pra cima. Como pensar se vai dar certo mil vezes mesmo tendo certeza de que nunca vai dar errado!

A trlha sonora de uma grávida à espera:

http://www.youtube.com/watch?v=OhfSkSda5TI
Crescer

   É quando você começa a entender que não se pode entender tudo, quiçá as coisas do coração. Quando você tira as rodinhas da sua bicicleta e pedala sozinha com as próprias pernas. Quando você aprende a dar o nó no tênis e a não tropeçar mais por isso. Quando você já sabe o caminho de casa de olhos fechados e vê que já é hora de se mudar. É quando você dá conta de regar sua arvorezinha na medida certa, sem ninguém ter te ensinado isso antes. É quando os sapatos ficam apertas e as roupas curtas, quando a barriga cresce e você já não se sente apenas uma filha, se sente mãe!

   Crescer é ter certeza que alguma coisa mudou, que o choro mudou, que o cabelo cresceu, que a menina se desenha mulher, uma mulher que será sempre menina e que cresce devagar, no balanço da onda do mar, no mansinho, pequenininho... Mas que cresce todos os dias!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O amor!

   Eu costumava dizer que o amor era uma ilustre presença de um vento quentinho que logo se esfriava. Sempre foi assim, os relacionamentos floresciam lindos e depois as flores murchavam! Nunca soube manter o amor quentinho sem que ele virasse uma parte chata da rotina, como uma sopa fria.
   Mas ai chegou a pequena grande noticia da minha vida: deu positivo! Duas listrinhas vermelhas num papel molhado de xixi mudaram todas as direções dos ventos, e meu cabelo, por muitos dias ficou de pé. Tudo parecia ter mudado de ordem, ou melhor, saído da ordem.  Agora éramos 3. Eu, neném e o Bruno (meu namorado). Quando ele recebeu a noticia, ficamos em silencio, só em silencio e o mundo todo pareceu ter ficado assim. Mas a verdade, é que o destino só fez uma coisa da qual tenho realmente certeza: não deixou meu amor ir embora dessa vez!
    Ando pensando muito a respeito do amor. Esse bichinho que entra na vida de gente e faz a maior confusão lá dentro, mas que só faz essa confusão por causa do danado do ego. Outro bichinho que mora dentro da gente e quase nunca deixa o amor ficar. Fui obrigada a deixar o amor entrar e tento destruir o outro bichinho todos os dias. Descobri que é impossível deixar o amor viver se o orgulho sempre fecha as portas. E acreditem, eu o encontrei!
    Infelizmente o remédio para a cura do nosso vazio não é o bolo na geladeira e nem o outro, é o que há dentro do que somos. Ninguém completa ninguém, e ninguém carrega (e nem merece carregar) a obrigação de ter em mãos a fórmula da felicidade de outra pessoa. Porque todo mundo nasceu completo e quando a gente descobre isso, acaba descobrindo como é bom amar e viver com alguém sem barreiras para os abraços, alguém que te ajude a crescer... Isso é o que eu costumo chamar de amor!


Como começar a escrever


   A vida vem me parecendo mais clara, em cores pastéis (de quarto de bebê) e venho vendo as nuvens rosas de frio, mas muito lindas! Como começar a escrever, digo que ser mãe é só começar. A gente pode não saber o enredo nem como acaba, ou se acaba, mas continuamos escrevendo todos os dias e fazendo da vida ou dos pedaços dela mais capítulos do nosso livro.
   Já me disseram que dar banho é difícil, que amamentar dói até a alma, que o choro do neném te faz chorar com ele e que depois de ser mãe você só dorme quando ele quiser. Mas talvez as mais belas coisas nunca serão ditas, por faltarem palavras. Como descever os primeiros sorrisos? Os primeiros desenhos, mesmo que na parede da sala. Como escolher as melhores palavras para dizer: estou grávida!
   Algumas coisas saem mesmo do plano de vida, surgem mesmo, como um sol no inverno. Inesperadamente belas e assustadoras. Mas acredite, a gente tira de letra. A gente aprende ser mais forte e aprende o significado do que é o amor. Amar sem nada em troca, amar por estar aqui, dentro de mim!  É feito o instinto, instinto de gente que vira instinto de mãe e que cresce dentro de nós.
   Por isso, vivo vivendo, sem contar os dias, as horas, os meses. Aprendendo a ser mãe comigo mesma. Como aprendo a ser eu, todos os dias!

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Estou aqui

   Estou aqui pra te mostrar que a vida não é fácil e que a doçura das flores existe em qualquer lugar, que o céu é sempre céu e o mar, sempre mar. Que às vezes o mundo sorri, mas quando ele resolver chorar, que você tenha forças para sorrir pra ele em troca de uma lágrima. Que seu coração nunca seja pequeno para amar demais, porque isso, não dói! Que a sua vida seja repleta de cores e que a ela pertença o som de uma gargalhada. Que ser criança seja pra sempre, mesmo que crescer seja inevitável. Que você acredite no que quiser, pois o que quiser, será! Que você tenha a força sagaz da água, que passa pelas pedras das cachoeiras e não as vê como obstáculos e que o som da sua vitoria seja como o som da queda das cachoeiras.

    Não busque ser o melhor, busque ser melhor todos os dias em tudo que você fizer. Não corra tão depressa, mas saiba que todo tempo é pouco e por isso, viver a vida é tão valioso. Voe pra longe e quando quiser, volte. Você sempre terá uma amiga e um colo com cheiro de mãe. De muitas coisas eu ainda não sei, mas sei da vida, sei que a gente cai e que às vezes a gente chora, sei que o medo existe, pois já estive com ele, sei que não é fácil, mas que a gente dá pé. Que a maré às vezes acalma pra gente nadar e quando tiver cheia demais, o melhor é não fazer nada. Sei que o céu às vezes é azul e no frio é rosa, que a lua tem 4 fases e que as mulher tem mais de mil. Sei que o amor parece longe e as vezes tão perto, você vai entender, não se pode entender muito sobre o amor. Sei que existe vida além do que os olhos podem ver e que dormir é mais gostoso quando a gente sonha. Que no mundo ninguém é igual a ninguém, mas que no fundo do coração, todos nós somos iguais. Não sabemos da onde viemos e nem pra onde vamos, mas aqui estamos e temos todos uma missão. Seja ela qual for, faça-a com o seu amor e ame o que lhe pertence. Ame a família e ame os amigos, ame acordar e ame poder caminhar pela areia da praia. Ame as coisas pequenas, as flores, as borboletas tão leves, o vento soprando os cabelos, as gotas de chuva molhando a natureza e lavando a alma de quem ainda quer acreditar. Ame o que o dinheiro não é capaz de comprar, o que é de graça, o que tem graça, o que é feito do amor.

   E ainda assim, quando tudo que você ama parecer estar perdido, quando a saudade sufocar, quando o peito apertar e a lagrima quiser chorar, quando o medo vier, quando o escuro for maior do que o claro, não se preocupe, cada um carrega aquilo que é capaz de carregar, e você se descobrirá forte e iluminado pra enfrentar qualquer escuro outra vez! Eu te amo, apenas por já existir, apenas pelo seu coração bater e por você ser parte de mim e parte do mundo inteiro. Eu amo você, sem nada em troca!

Um carinho, mamãe que te espera aqui fora!

terça-feira, 10 de julho de 2012


Força

   Força que a gente tira do fundo da alma, sem saber que havia fundo. Força que vem de dentro de um sorriso de quem quer te ver bem. Força das palavras de um amor, tão amor. Força dos aplausos que a vida te dá por tudo que se faz vitorioso todos os dias. Força do chão, das raízes do coração, força da vontade de querer ficar de pé, bem maior que o medo do desconhecido.
   Eu já quis ser sozinha, tão só. Dividir a liberdade com as asas e pertencer apenas ao vento que sopra. Eu já quis entrar no mar e nunca mais sair. Eu já quis não ter nada e ser de todo mundo, sem ser de ninguém. Mas eis que surge a vida da vida, o medo e a paixão, a lágrima triste, quente, salgada e alegre. Eis que os ventos mudam, e o mundo muda a direção. Às vezes a gente pensa e jura que não vai dar pé, que a maré tá muito alta, que a tempestade não vai passar. Mas ai vem a força, mansinha que agarra lá dentro e não te faz desistir. Mas ai vem o som da gargalhada e a cor da cor do sol aquecer o que não havia calor. E você se descobre forte outra vez!

Caroline Passos

domingo, 8 de julho de 2012


Detalhes


   E de repente o mundo me surpreende com um abraço da sorte, uma luz do fim do túnel, um alguém que me espera depois da longa estrada. Não sei onde vou, nem de onde se fez o começo, só sei que vou seguindo, respirando palavras de amor e intolerâncias do ser. É complicado viver aqui às vezes, onde tudo parece inseguro de mais, grande de mais, absurdo de mais. Mas o sol ainda brilha atrás das nuvens, a chuva ainda molha o jardim da menina e o mundo? Bem...ele continua a rodar independente de quem roda junto com ele!
   Um dia um velho amigo me disse que quando ficamos presos aos detalhes, acabamos perdendo o mais importante. Se você olha apenas o brilho de uma estrelinha, acaba perdendo o espetáculo da noite.Na vida perdemos muito tempo planejando os passos do que andando, prevendo o futuro do que o fazendo real. Nos prendemos aos detalhes! Em qual a melhor posição do jarro de flores na mesa, em qual toalha usar e acabamos não decidindo nada e deixando o jantar esfriar. Queremos a todo momento controlar os dias pra tudo parecer mais certo e sereno pro coração e ser mais confortável dizer “está tudo sob controle”. Mas uma variável que muda é como o fim! Porque ele não ligou? Porque o sol não veio? É talvez a prova que menos queremos saber, a prova de que viver é vulnerável e talvez incerto e que a sorte um dia te espera com flores na mão e no outro não há sequer vestígios dela.
   Mas ainda assim, te convido a erguer a cabeça e ver que o dia ainda não acabou. Ainda dá tempo de dizer te amo à alguém especial e regar os vasos de flores na varanda. Você pode não ser a pessoa mais rica, ou a pessoa mais linda, mas pode ser alguém que ama a vida e que por isso coloca esse amor em movimento. Que dança, que sorri, que chora, que VIVE! Não há nada mais bonito e mais autentico do que colocar amos nas coisas simples da vida e ver que é simplesmente belo o ato de viver!  
Caroline Passos

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Aloha

   
   Eu sempre quis ter um blog, só que eu sempre fui meio avessa à tecnologia. Quando mais nova pensei num blog de moda, num blog criativo ou num blog que fosse meu diário. Mas ai eu sempre me acabava naquela preguiça de ler meus livros na cama  e nem encostava o dedo no computador. Resultado: eu nunca tive um blog! Na verdade, já tive mais de 5 contas, que já não lembro seus logins e suas senhas. Mas agora, aos recém 18 anos, mamãe adolescente surpresa de três meses, optei em fazer um blog que falasse sobre toda essa magia e confusão de ser uma mãe adolescente e inexperiente, tanto na cozinha quanto em qualquer outro assunto. Apesar de amar crianças!  
   No começo, foi um susto, vi meu mundo todo, todas as bonecas de pano do meu quarto, todos os sonhos de estudar artes e de fazer viagens de mochila nas costas caindo feito um peso em cima de mim em forma de lágrimas salgadas. Me dava pânico de pensar na barriga crescendo, mas ao mesmo tempo, alegria em forma muitas cores de saber que eu e meu namorado fizemos “uma lenha” de muito amor!
   É isso, espero quem gostem de saber um pouco das minhas descobertas e do mundo visto dos olhos de uma menina mãe ou de uma mãe tão menina!

Caroline Passos