segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sobre a vida!
   Eu gostaria de falar sobre como as coisas podem ser moles ou flexíveis sem que os olhos percebam e que as asas se moldam ao vôo, ainda que seja pra ir pra longe de casa. Eu consigo guardar todas as pessoas que amo no coração sem apertar ninguém e consigo colocar umas mudas de roupa e alguns livros numa caixa e me mudar. A gente se adapta ao travesseiro e a cama nova e aos novos costumes, inevitavelmente. Aprende que algumas pessoas preferem abrir as janelas e outras gostam de cortinas fechadas. Que o tempero do feijão da sua mãe é mais gostoso quando você sente saudades dele e que você só vê a falta que um abraço faz quando ele esta longe demais dos braços agora.
   Mas a verdade, que pode ser só uma meia verdade ou só a minha verdade é que não há nada que o corpo não possa dançar em ritmo diferente, que os ponteiros não se ajustem ao novo tempo e a nova fase. A barriga faz força e desabotoa o botão do short, algumas coisas ficam agora no fundo da gaveta e a gente arreda um pouco mais a cama pra caber um berço e um cavalinho de balanço. Algumas pessoas foram pra longe e outras de longe parecem estar tão mais perto. O sorriso muda, a lagrima muda, o coração desaperta um pouco, fica seguro de si como uma mãe que carrega o mundo no colo, porque o mundo na verdade, é seu filho e seu amor.
   Às vezes fico pensando qual a grandeza do amor de mãe, porque o colo da mãe tem o melhor cheiro do mundo, porque abraço de mãe é forte e macio ao mesmo tempo. Porque mãe sente o que os olhos jamais saberiam ver e as palavras nem de longe conseguiriam dizer e me pego desejando ter essa tal grandeza dentro de mim e ser grande e mais forte, talvez gigante pra não fazer um filho chorar. Olho as crianças que correm na pracinha e penso na vida. Certeira sem nada certo. Precipício de coisas malucas que formam a mente e fazem a gente imaginar um futuro bom. De longe eu vejo um menino Pedro de sorriso largo feliz por estar na vida, essa mesma vida que me faz feliz também!

sábado, 1 de setembro de 2012

Esperança

   Houve um tempo, não muito longe que me propunha a admirar o sol pelas manhãs e ver que nada era tão escuro no meio do claro. Que não havia força pra derrubar se a gente era forte, que não tinha nada a temer, pois me sentia grande. Hoje eu tropeço e às vezes caio, fecho as janelas pra me esconder do mal... Mas acabei deixando o sol não entrar!
   A verdade é que às vezes, quando tudo está em paz e chega um vento entrando pela porta da frente, ele vem só pra bagunçar os papeis da casa, e nada mais. É preciso talvez ser o pesinho da mesa e não deixar que o vento destrua todo o resto. Que quando a gente tropeça é culpa apenas do cadarço de laços frouxos, que é preciso decidir amarrá-los bem forte ou caminhar descalço daqui pra frente.
   Que somos filhos de Deus de fato, não só de papo ou de poesia, que perfeito mesmo é aprender, que divino mesmo, é a luz de dentro que emana pra fora e faz parecer tudo bonito. Que não importa quantas vezes erramos e quantas vezes saímos do caminho certo, que não adianta se culpar pra sempre, nem se lamentar, nem ficar no chão absorvendo o mal e a poeira da rua. Que é bonito viver e que a felicidade soa nos ouvidos de quem quer escutá-la cantar. E não importa a casa ou o lugar que você estiver, se você encontrar a paz, terá pra sempre uma base de concreto, feita de amor!
   Não deixe a dança desencontrar dos pés, não deixe o corpo em silencio, permita-o a fala, permita o choro dos olhos, o cansaço dos pés. Permita parar e respirar, permita a vida e a sua luz brilhar. Eu já me deixei esquecer e ser levada pelo sufoco do mundo e pelo caos. Já me ceguei e me neguei a escutar, mas estou aprendendo, estou me erguendo, estou me permitindo errar e me pegar no colo quando eu estiver triste! Tudo passa!