terça-feira, 23 de julho de 2013

VOCÊ!


E quando você tiver certeza de que não tem certeza nenhuma, de que não a tem nem detém verdades feitas, ai é hora de tirar a roupa que te veste e mergulhar no céu que te habita. No silêncio das palavras, na sua insanidade, na poesia do vento que assombra, no desconhecido que te contempla com olhos gigantes e te completa. Descubra quem é que mora aonde o coração pulsa, abra as portas e destranque a fechadura. Não há como o amor não entrar. Vista seu corpo nu, de tudo que é cru. Simples, fiel, feito a água límpida que cai do céu. Que verdade, verdade bonita aparece sempre aí? Calça teus pés descalços e corre pra ver o mar subir, cheio de ondas e segredos, o mistério é só um mistério, “indisvendável”, incalculável. E não há como agarrar a liberdade de um pássaro nas mãos. Ou você impede sua vida ou ele voa e vive. Não há como correr contra o tempo, que se quer existe aqui. “Incronológico”, sem lógica ou hora marcada. Segue a tua estrada, sem chegada! Colhe a paz em flores e plante no meio do caos, do barro, do feio, do pesadelo, do que é pesado demais para se levar nas costas. Verdejante serão as folhas e as flores de perfume sutil. Há paz em meio à guerra, se a guerra não está dentro de você. Cala tua voz então, e entrega flores à primavera sem fim. Que bonito jardim é a vida e a graça de estar aqui!
Leve em tudo aquilo que você tocar, leve é a leveza e leve! Re-leve. Sublime. Teus passos tão pequenos não merecem pisar se não na grama. Então traça teu caminho aonde não há pedras, pessoas pedras, pedras das pessoas! A vida é feita de escolhas, nem sempre o certo e o errado, mas os certos, os errados, os prováveis, os incertos demais! Nada que não dance, nada que não viva, que não seja o que talvez não seja.
Eu só queria falar das verdades pela metade, do ponto final que incomoda a alma, das certezas que não temos e do pouco que sabemos. Já me basta para ser feliz então!
Ser mãe!


Ser mãe é como alguém me disse, os farelos de pão na mesa do café. A pequena e sutil felicidade, juntinha na toalha de flores, com todos os amores.. ser mãe é um sono leve, um sorriso no canto da boca e da boca inteira. É olhos brilhantes, constantes, feito um céu de estrelas. Ouvidos atentos, unhas sem esmalte, um livro de histórias, todo babado. É o cheiro de banho, o banho, a chupeta fervida. Ser mãe não tem contratação, nem carteira assinada, tem coração sempre em jogo, apertado e grande, o tempo todo! É a saudade infinita e além, num instante só. É comer amoras na horta do vovô e imaginar seu encontro com o mar, o sol beijando a vida, tão linda! É uma caixinha de recordações e meses que parecem voar. É o motivo das olheiras e das noites mal dormidas, do almoço frio, e da barriga roncando de fome. Ser mãe é mais do que você imagina ser. É sua força, é cuidar, anotar um detalhe, se apaixonar todos os dias pelo mesmo sorriso e par de olhos brilhantes, que devoram sua fala e te tiram as palavras. Loucura... há sempre uma lágrima no canto dos olhos! 


Mãe é a prece nos lábios e uma oração sempre à mão. Quando a noite chega, há sempre um abajur com luz verde para iluminar o sono e bruços no berço, sempre vendo o amor dormir. É uma canção de roda, o nó no cabelo, as meias pequenininhas secando no varal, a blusa cheirando a leite, a roupa e a alma sujas de papinha. Ser mãe é uma majestade, uma princesa que vive feliz no seu castelo chamado “Sorriso de Filho”! Mãe é boba mesmo, gosta de cheirar as flores e fazer o filho cheirar. Gosta de viver assoviando e cantarolando, só pro filho achar graça. Mãe é assim, um coração do tamanho do mundo colorido de giz de cera e pegadas de pezinhos pequenos com tinta fresca e amor!