Infância
Eu me lembro bem de ser criança e de achar que o colo do meu pai era o cantinho mais seguro do planeta. Eu ficava olhando as sardinhas da minha mãe e pintava sardinhas no meu rosto de canetinha marrom. Corria tanto com os meus patins que achava que ia voar. Eu conhecia de olhos fechados todos os lugares da horta do meu avô e tinha certeza que as fadas moravam por lá. Queria ser uma bruxa, mas uma bruxa boa e ter um macaco de estimação. Me lembro quando eu corria pra água do mar e imaginava que minhas pernas se transformavam em caldas de sereia, de todas as cores. Eu gostava de contar as estrelas do céu e de imaginar formas pras nuvens. Ria tanto que fazia xixi na roupa e ria sem motivo. Me lembro que um dia minha avó fez pipoca com chocolate quente e eu achei uma combinação incrível. Amava desenhar as bonecas com a pinta da Angélica, mas todas tinham a xuquinha da Xuxa. Amava subir na porta e passar pelos lugares apertadinhos que mais ninguém conseguia. Às vezes eu me agarrava, mas eu adorava! Não gostava de comer feijão e não gostava de relógio e nem de ir á escola. Tinha uma melhor amiga do mundo que eu achava que um dia seríamos irmãs e tinha uma máquina de fazer broches que eu nunca usei com medo de acabar. Amava coisas novas e andava com o chinelo novo em cima da cama e dos tapetes até eu achar q ele era velho pra andar na rua. Grudava o chiclete no prato na hora da comida e escrevia os nomes dos meus futuros maridos príncipes debaixo da mesa da minha avó. Odiava qualquer brinquedo de girar e aqueles que deixam a gente de castigo no alto. Uma vez tive piolho, mas nunca tive verrugas na ponta dos dedos por contar estrelas do céu. Uma vez eu rasguei um saco enorme de açúcar e brinquei de neve, fiquei de castigo por um bom tempo, mas foi incrível! Amava andar de meia pela casa e minha mãe odiava tanto e amava também o cheirinho que os trabalhinhos da escola tinham. Tinha um papagaio que cantava atirei o pau no gato e um cachorro grandão que se chamava Tobby. Depois tive um pequeno, e depois do pequeno ir embora só tive peixes e ratinhos, mas nunca um macaco. Queria fazer uma festa na lua, pra todo mundo dançar no ar. Não gostava de pintar as unhas e ainda não gosto. Não gostava de brincos e ainda não gosto. Gostava de usar macacão e uma blusa de borboleta que a vovó Lilina fez. E amava colher florzinhas pelo caminho da casa dela. Gostava de leite quentinho antes de dormir e gostava de ser uma princesa. Era o que meu pai dizia. Quando eu era bem pequena comia tatu bola e nunca tive dor de barriga por isso. Amava banho de chuva, e ainda amo! Tinha uma casinha de bonecas dentro do meu guarda roupas, que eu mesma fiz e tinha também uma irmã boneca que se chamava Ana. Hoje meu príncipe não tem coroa e eu não tenho mais medo de escuro. Sei pegar ônibus sem o frio na barriga, sei ver horas no relógio de ponteiro, ainda odeio matemática e decidi não ser mais bruxa, nem fada, só mãe. Uma menina mãe ou uma mãe que é pra sempre menina! Feliz dia das crianças!!!
Que essa menina sempre se faça presente nessa linda mãe!!! Que seus olhos continuem a refletir toda mágica e simplicidade que é ser uma crinça! Gratidão por estarmos prestes a (re)viver a infancia novamente !!! Beijos em vc e no meu amor, Pedrinho !!!
ResponderExcluiraho, ajo de Luz!!!
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