Fluxo do universo: é
vida!
Escrever, escrever... Alguma
coisa que me fizesse deixar o que me transborda bordado num papel, numas letras
quaisquer.. .Alguma coisa que me fizesse abaixar o fogo e não deixar mais o
caldo cair. Precisa sair, mas precisa ficar! Precisa de tempo, de fúria, amor...
Precisa de lembrar da vida pra falar na dor e na não dor.
Gosto das margaridas, sobretudo
das flores pequenas, gosto do céu, ainda mais quando fica laranja. Gosto do tom
das coisas ao inverso. Sorriso amarelo, dia de chuva, mas só depois do sol...é
que nasce um arco íris, lindo pra gente ver!
Gosto dessa vida! Um dia me
perguntaram, me olhando bem no fundo do olho, como ninguém nunca olha: Você é
feliz? E eu respondi, sim! Um sim tímido, cheio de receios dessa vida, com
medo, ternura, amor e fé. Um sim. Isso basta! É melhor um sim do que dois “nãos”,
braços abertos, do que sempre cruzados, uma chance pra vida, a cada dia, ainda
que ela já tenha te feito chorar. Oras, e não faz? Mas é claro, precisa de água
pra regar as flores, precisa chover a alma e deixar que ela se afunde, para que
se renove e cresça mais! E como se afundou...ser mãe é um afundar de alma na
lágrima eterno, desde o dia em que se descobre: você está grávida!
Um dia uma menina muito nova e
muito linda veio me procurar, disse que estava grávida e eu a acolhi como pude,
sempre vou acolher! Meninas que podem ver a vida de outro ângulo, digo, de
cabeça pra baixo merecem minha admiração! Que são obrigadas a sentir a dor e o
amor á flor da pele pelo resto da vida. Não é mais um convite, é uma
constatação: Você é mãe agora, precisa viver! Precisa “crês- Ser”! E se quer
Ser, por favor... Cresça!
Mas apesar de tudo, ainda assim,
quando a vida passa com a metralhadora em cima de você e você, todo amassado,
fica com aquela cara de “cachorrinho que caiu do caminhão de mudança”, não se
preocupe, esse cachorrinho ainda há de ter fôlego pra correr atrás do seu dono,
do seu sonho, do seu alguém e se não o tiver, corre atrás de si mesmo, porque a
vida, apesar de tanta ternura e tanta amargura e tanto amor e tanta dor, é
breve e leve...corre no fluxo de um universo que não espera!
Menina Mãe,
ResponderExcluirVc escreve com vida, com candura. É como se tivesse mesmo uma outra vida dentro de vc. Mas n uma outra vida, assim, em separado. É como se tivesse uma outra vida somada a sua, e essas duas vidas dessem origem a uma nova existência, com uma sabedoria só alcançada por quem conhece muito da(s ) vida (s ) q viveu.
*é uma surpresa muito boa conhecer seus textos... q a menina mãe sempre possa sair p brincar!
abraço grande.