sábado, 20 de dezembro de 2014

Pra você não se esquecer!

Que você nunca perca a vontade de pintar as paredes, que você nunca se esqueça de por a língua pra fora quando começar a chover, que mesmo quando você não couber mais no meu colo ainda faça caber leveza em nosso amor. Que você tome muitos banhos de mar até seus dedos das mãos e dos pés ficarem enrugados. Que você não perca a mania de estar sempre andando correndo e correndo andando, isso faz a gente se lembrar que a vida é curta e que merece ser vivida com a intensidade uma criança que corre. Que você nunca se esqueça de respeitar a vida das pessoas e também a dos animais, fazemos parte de uma grande e linda teia, não se esqueça, não se venda! Que mesmo que um dia o terno e a gravata estejam no seu guarda-roupas, você ainda tenha tempo para tirar os sapatos e andar descalço numa terra fofa. Que você não perca o brilho nos olhos, a gargalhada como som primordial, a bondade e a humildade da sua criança interior. Que você saiba diferenciar o valor de uma árvore para o valor de um papel que os homens chamam de dinheiro. Que quando grande você ainda deite no chão e role para sempre se sentir vivo e verdadeiro. Que você dê risada quando cair, mesmo que esse “cair” não seja sempre sobre joelhos ralados. Que você continue não tendo medo do escuro e não tendo medo de nada que te coloquem na cabeça. O medo é só uma palavra, não se esqueça! Que você tenha sempre uma grama verde para se deitar e um céu de estrelas para te cobrir de sonhos, mesmo que você escolha um apartamento no lugar de uma casa. Não se esqueça das coisas bonitas! Que pela sua vida, você sempre encontre estradas verdejantes e pés de amora e pitanga pra você não se esquecer também do sabor que as coisas têm. E que você não perca a essência de ser só você, o Pedro que é só Pedro, sem João e sem Henrique, com semblante iluminado feito um sol do mundo!  Apenas!

Com amor, mamãe da Terra

quarta-feira, 19 de novembro de 2014



Manifest-ação do Ser


Sentirei saudades da saudade de sentir você aqui. Sentirei você lá, pode apostar! Sinto em te dizer, vida, que essa vida não vale nada a não ser o próprio venSer de cada Ser. Sente a aura, contagia, leve é uma folha que o vento soprou e oscilou. Fez a curva entardecer, mas uma hora ela chegou, virou o rumo, mudou a paisagem. Pode parecer que é tarde, mas eu ainda não me esqueci daquele vale que você ficou de ir com a gente.
 Eu fiz o sol parecer lua, tantas vezes mudei a minha rota pra caber na sua. Tive que reinventar, deixar o fluxo nos levar... E levou.  Andei sozinha nessa rua e agora sozinha eu não vou. Logo eu que queria tanto ser do mundo, agora me lanço sobre ele com olhos de mãe e me atiro, mas antes o abraço e me sinto. Sou!
Olhei pro lado, imaginei as malas feitas. Você de longe sabe que eu estou sorrindo, apesar da tanta vontade de ficar. Eu vou! Sigo esse caminho indireto, que o universo pôs no meu verso, de repente. Existe uma força maior que a gente, alguma coisa que não cabe palavra, nem pausa. Veloz como o tempo, como a força do vento. Sopra, vai pra longe, depois volta. Penso nisso!
É como se o apego em me apegar ao desespero de não ter mais seu cheiro me fizesse querer partir e abrir as mãos. Deixar você ir como quando veio livre por aí. É a vontade de me abrigar em qualquer lugar que me deixe encontrar o sossego. A mente não mente, sente! E minha alma que não se engana, já foi menina, mulher e criança, sabe que o apelo não vale à pena. Vai, que essa vida é tão pequena. Vida de borboleta, dura pouco, mas aprende a voar!

Sobre a vida e as pessoas que vivem nela.

domingo, 21 de setembro de 2014




Fluxo do universo: é vida!


Escrever, escrever... Alguma coisa que me fizesse deixar o que me transborda bordado num papel, numas letras quaisquer.. .Alguma coisa que me fizesse abaixar o fogo e não deixar mais o caldo cair. Precisa sair, mas precisa ficar! Precisa de tempo, de fúria, amor... Precisa de lembrar da vida pra falar na dor e na não dor.
Gosto das margaridas, sobretudo das flores pequenas, gosto do céu, ainda mais quando fica laranja. Gosto do tom das coisas ao inverso. Sorriso amarelo, dia de chuva, mas só depois do sol...é que nasce um arco íris, lindo pra gente ver!
Gosto dessa vida! Um dia me perguntaram, me olhando bem no fundo do olho, como ninguém nunca olha: Você é feliz? E eu respondi, sim! Um sim tímido, cheio de receios dessa vida, com medo, ternura, amor e fé. Um sim. Isso basta! É melhor um sim do que dois “nãos”, braços abertos, do que sempre cruzados, uma chance pra vida, a cada dia, ainda que ela já tenha te feito chorar. Oras, e não faz? Mas é claro, precisa de água pra regar as flores, precisa chover a alma e deixar que ela se afunde, para que se renove e cresça mais! E como se afundou...ser mãe é um afundar de alma na lágrima eterno, desde o dia em que se descobre: você está grávida!
Um dia uma menina muito nova e muito linda veio me procurar, disse que estava grávida e eu a acolhi como pude, sempre vou acolher! Meninas que podem ver a vida de outro ângulo, digo, de cabeça pra baixo merecem minha admiração! Que são obrigadas a sentir a dor e o amor á flor da pele pelo resto da vida. Não é mais um convite, é uma constatação: Você é mãe agora, precisa viver! Precisa “crês- Ser”! E se quer Ser, por favor... Cresça!
Mas apesar de tudo, ainda assim, quando a vida passa com a metralhadora em cima de você e você, todo amassado, fica com aquela cara de “cachorrinho que caiu do caminhão de mudança”, não se preocupe, esse cachorrinho ainda há de ter fôlego pra correr atrás do seu dono, do seu sonho, do seu alguém e se não o tiver, corre atrás de si mesmo, porque a vida, apesar de tanta ternura e tanta amargura e tanto amor e tanta dor, é breve e leve...corre no fluxo de um universo que não espera!

sábado, 30 de agosto de 2014

Tapeçaria de singularidades - é amor! 


Diga-me, qualquer coisa que saia pelas entrelinhas, qualquer coisa fora do plano, do controle de estar onde estamos. Diga-me aquilo que tem tanta graça a ponto de não fazer sentido algum. Somos ou não somos humanos? Somos ou não somos estranhamente bonitos e confusos demais? 

Acho engraço essa gente querendo não ser gente, fingindo que nem sente, mas que debaixo do cobertor, chora com dó de si. Venha cá, não seja vitima de uma historia que basta ser sua e ser vivida agora. Eu digo isso porque me espanta ver o quanto as pessoas todos os dias desejam tanto se afastarem umas das outras. Desejam tanto fechar as portas e cruzar os braços ao invés de dizer: Olá! 

Não duvide sempre dos estranhos ou dos desconhecidos. São, como você já os julga, desconhecidos e se você não os conhece, esse encontro entre vocês ganha um milhão de possibilidades, portas abertas e caminhos bonitos. Quem sabe um estranho não pode ser um amor? 

Abra espaço nas gavetas d’alma. Verás que carrega tantas coisas que não servem mais no lugar de belas flores que você ainda pode colher pelo caminho. Esses dias colhi algumas folhas secas pela calçada. Tão bonitas. Tão diferentes umas das outras. Acredite! Somos tão singulares que cada detalhe, pinta, ruga, cabelo de lado, sorriso amarelo, já é uma magia por si só, pois não há formula que faça todas essas coisas iguais duas vezes. Somos plurais, mas não se esqueçam, somos lindamente um tapete grande e colorido, tecido a mão por um universo que sabe de tudo, perfeitamente e que encaixa tudo em seu devido lugar. 

Embora eu seja menina, sou mãe, mulher, um pouco artista, ou pouco cor e disso sei de cór: faço parte desse tapete e gargalho por isso, pois amo e aceito ser essa singularidade maluca que depende de todos vocês!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Leve!


Uma pausa. No meio de tantos sorrisos sinceros pelo dia a fora e tanta gratidão pela vida, uma pausa para externalizar o interno. Pras palavras saírem, florirem, desabrocharem e dizerem o que tanto diz meu coração. Cabe aqui, mais gratidão!
Sinto que a vida me parece um campo de flores coloridas, amarelas, laranjas e vermelhas. Que as vontades e os sonhos se afloram a cada manhã, quando acordo e o sol ainda não chegou. Daqui de longe eu me comunico com a nossa conexão, daqui de perto, sou tão eu em comunhão. Comungo com o amor, com a simpatia de passear pela vida, de passagem. Tudo é uma passagem na verdade, estamos à passagem e não ficamos para sempre. Como tudo que vem e talvez, há de ir, como tudo que foi e talvez não há de voltar. As coisas que passam só fazem sentido se existirem no eterno, no incronólogico, no tempo que não calcula quantidade, mas intensidade. E aos olhos que cruzam comigo na fila do ônibus, na calçada da rua e que às vezes sorriem, laços eternos, por favor! Que fiquem bonitos, acesos e vivos, durando a fração de seus segundos, que existem e passam por nós, como o vento! E que lindo é o balançar dos cabelos ao vento, a dança do vestido, o caminhar tão leve.
Gosto tanto das borboletas porque além de leves, são faceiras e pequeninas, aparecem e somem, brevemente num encontro perfeito que arranca sorrisos e suspiros de quem as vê voar.  Talvez precisemos um pouco mais de suas levezas e lições da vida, de que não precisa ficar pra ser tão lindo, de que somos tão livres a ponto não sermos e não pertencermos a mais ninguém a não ser a nossa própria vontade de voar, pra qualquer lugar. E que sejamos então, belas a ponto de sermos amadas incondicionalmente por quem nos vê passar e que possamos sentir amor pelo ato de amar. Isso talvez seja abraçar o mundo, não pelas mãos que envolvem uma multidão, mas pela doação de se deixar ser amado e amar também.  E se o que você estiver fazendo agora não for leve, por favor, não leve. Simples, assim!