AMOR PRO MUNDO
No encontro do vento, atento, o mundo se envolve e se
dissolve em ventania e dança, não cansa! É leve, releve, é vida, insista! Tudo
que sou, me dou, de mãos entregues, beijadas e dadas, recebo e devolvo, doo
tudo de novo, num voo! Que a chance de ser feliz suplica sua divisão, seu
coração doado, seu coração entregue à gratidão.
Não sei ser só, vivo no mundo, coberta de gente e uma colcha
de estrelas que me abraça lá do céu. Vivo! E vivo a estrada, não só a chegada.
Gosto da prosa, do gosto do mundo e do cheiro do amor, que vem mansinho, me
achando e me ensinando a amar. RE-amar e remar, abraçando a vida, que é linda,
encontrando e seguindo, pela lei natural do instinto. E tudo flui, numa graça
sem porquê, numa palavra sem dizer.
Sou e vou, sendo tudo que posso e não posso ser. Me mostro,
aposto, me lanço num lance no mundo a fora e me descubro em mim, assim, tão eu!
Conheço as flores e os cantos do mundo azul, acabo sendo mais que um, sou o que
sinto e o que vivo e o que posso ver e colher da estrada: flores, borboletas e
fadas!
Escrevo pras palavras não morrerem só em mim, num fim. Não é
que haja fim, as palavras que vieram precisam também de ir. Soltas, livres no
universo como me proponho a ser. Um ser, que quer ser, que corre se for preciso
correr, sente... Que é pra poder VIVER, SENTIR e SER!
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