terça-feira, 22 de abril de 2014

AMOR PRO MUNDO



No encontro do vento, atento, o mundo se envolve e se dissolve em ventania e dança, não cansa! É leve, releve, é vida, insista! Tudo que sou, me dou, de mãos entregues, beijadas e dadas, recebo e devolvo, doo tudo de novo, num voo! Que a chance de ser feliz suplica sua divisão, seu coração doado, seu coração entregue à gratidão.
Não sei ser só, vivo no mundo, coberta de gente e uma colcha de estrelas que me abraça lá do céu. Vivo! E vivo a estrada, não só a chegada. Gosto da prosa, do gosto do mundo e do cheiro do amor, que vem mansinho, me achando e me ensinando a amar. RE-amar e remar, abraçando a vida, que é linda, encontrando e seguindo, pela lei natural do instinto. E tudo flui, numa graça sem porquê, numa palavra sem dizer.
Sou e vou, sendo tudo que posso e não posso ser. Me mostro, aposto, me lanço num lance no mundo a fora e me descubro em mim, assim, tão eu! Conheço as flores e os cantos do mundo azul, acabo sendo mais que um, sou o que sinto e o que vivo e o que posso ver e colher da estrada: flores, borboletas e fadas!
Escrevo pras palavras não morrerem só em mim, num fim. Não é que haja fim, as palavras que vieram precisam também de ir. Soltas, livres no universo como me proponho a ser. Um ser, que quer ser, que corre se for preciso correr, sente... Que é pra poder VIVER, SENTIR e SER!

quarta-feira, 2 de abril de 2014



Eu e você 


Eu não sei ser só passante nessa vida que é dançante. Vamos, se encante! O sol, a vida, a terra,não espera, é tudo num instante! Presente, dádiva divina que é o viver, por quê? Se sou só num dia, agora tenho eu e você. Meu filho que veio do ventre, da causa de um amor, fruto da juventude, do brilho da lua, da gente sobre a gente. Veio, sem deixar aviso prévio , cresceu, estourou de amor, saiu pra vida e agora vive nela. 

Sinto que a distância que a rotina nos trás, nos permite ser mais capaz de viver o mundo tão só. É bom, meu filho, saber que somos assim, donos de nós, filhos de tudo. Eu em você e você em mim. Mas ainda sinto saudade do que já foi, tão breve e lento: teu choro, teu corpo que cabia no meu colo, sem as pernas sobrarem pra fora. Hoje você corre, machuca os joelhos, prende o dedo na porta e chora. Hoje você tem cheiro de criança, caraca nos pés, gosta de dança, de banho demorado, de brincar mais que um bocado, de quando eu ainda te faço ninar. Acaricio teu rosto e tudo se encaixa, seu carinho em mim, só me faz bem e bem eu estou meu amor! 

Todos os dias viajar e te deixar, saber que a noite demora tanto pra chegar. Sinto culpa, me desculpa! A vida me cobra bem mais do que te cuidar. Penso na gente pegando estrada, de mala nas costas, desvendando tudo. O universo é tão pequeno, tão pequeno é esse mundo! 

Mas num instante, tudo muda, das lágrimas o corpo se inunda e depois cresce, desabrocha. A vida me fez mulher mais cedo que eu pensava. Menina mãe, que nada, mais mulher a cada dia e o tempo nem sabe voltar. Mas a vida é muito boa, não abandona quem sabe remar! Cada ciclo, uma onda e tudo muda de lugar. Maré, marés, lua que governa minhas águas, meus dias de bruxa e de fada. Não se pode ser uma só! É preciso ser mais, que é pra ter o que contar e reciclar. Que de manhã é muito claro, mas de noite já não se vê sem lampião. E o bom disso tudo, é que tudo pode ser. Mãe, amante do mundo, com sede da vida, bem mais mulher, bem menos menina...! E no fundo, ainda e apesar de tudo, somos eu e você!

Com amor, mamãe