domingo, 22 de dezembro de 2013

ONDA


Pensei numa retrospectiva, num filme que passa pela cabeça, naquelas viagens de carro que a gente faz olhando pra estrada com o som alto, vibrando no coração. Aquelas horas que o cabelo balança no vento e a gente para no instante. Tantas coisas se foram, arrastadas, levadas, esquecidas, deixadas de molho... Quantas outras vieram com a maré. Gente, sorriso, gente que faz gente, amor, laços e caminhos abertos, janelas deixando o ar entrar e purificar. 
Ter um filho nesse mundo tão malucão faz a gente ser mais humilde as vezes, exatamente como me sinto de frente pro mar, tão gigante e as vezes bravo. A vida tem uma dessas, ondas pesadas, ressacas, marés cheias. Mas tem também seus dias de águas claras, maré rasa e mergulhos incríveis. Por isso sou tão ligada com o mar, com a vida, com as pessoas e até as sereias. 
Gosto de me sentir pequena, do som das coisas, do sorriso gargalhando, das pessoas falando, falando... Do fiapo do tapete, daquelas coisas que saem da órbita do céu e da cabeça e faz a gente às vezes pirar... E viver! 
Fico pensando na pequeneza da grandeza, no universo completo de cada um, no oceano que nossos corações habitam, nas estrelas, nos planetas, nas centenas de mundos que vivemos em nós; nos banhos de mar que energizam cada célula, dos traços e tribos que nossas raízes firmam os pés. E não que isso tenha algum sentido, é que isso simples(mente) é e está sendo. 
No momento que vivo, desejo flores pelos caminhos, leveza, amor, bondade...desejo o céu de todas as cores, a vida e seus amores, borboletas no nosso jardim. Que o mundo seja regado do choro que a gente chora e da água que a chuva derrama e que floresçam novos caminhos, novos frutos... E fé!

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