Leve!
Uma pausa. No meio
de tantos sorrisos sinceros pelo dia a fora e tanta gratidão pela vida, uma
pausa para externalizar o interno. Pras palavras saírem, florirem,
desabrocharem e dizerem o que tanto diz meu coração. Cabe aqui, mais gratidão!
Sinto que a
vida me parece um campo de flores coloridas, amarelas, laranjas e vermelhas. Que
as vontades e os sonhos se afloram a cada manhã, quando acordo e o sol ainda
não chegou. Daqui de longe eu me comunico com a nossa conexão, daqui de perto,
sou tão eu em comunhão. Comungo com o amor, com a simpatia de passear pela
vida, de passagem. Tudo é uma passagem na verdade, estamos à passagem e não
ficamos para sempre. Como tudo que vem e talvez, há de ir, como tudo que foi e
talvez não há de voltar. As coisas que passam só fazem sentido se existirem no
eterno, no incronólogico, no tempo que não calcula quantidade, mas intensidade.
E aos olhos que cruzam comigo na fila do ônibus, na calçada da rua e que às
vezes sorriem, laços eternos, por favor! Que fiquem bonitos, acesos e vivos,
durando a fração de seus segundos, que existem e passam por nós, como o vento!
E que lindo é o balançar dos cabelos ao vento, a dança do vestido, o caminhar
tão leve.
Gosto tanto
das borboletas porque além de leves, são faceiras e pequeninas, aparecem e
somem, brevemente num encontro perfeito que arranca sorrisos e suspiros de quem
as vê voar. Talvez precisemos um pouco
mais de suas levezas e lições da vida, de que não precisa ficar pra ser tão
lindo, de que somos tão livres a ponto não sermos e não pertencermos a mais
ninguém a não ser a nossa própria vontade de voar, pra qualquer lugar. E que
sejamos então, belas a ponto de sermos amadas incondicionalmente por quem nos
vê passar e que possamos sentir amor pelo ato de amar. Isso talvez seja abraçar
o mundo, não pelas mãos que envolvem uma multidão, mas pela doação de se deixar
ser amado e amar também. E se o que você
estiver fazendo agora não for leve, por favor, não leve. Simples, assim!