VOCÊ!
E quando você
tiver certeza de que não tem certeza nenhuma, de que não a tem nem detém
verdades feitas, ai é hora de tirar a roupa que te veste e mergulhar no céu que
te habita. No silêncio das palavras, na sua insanidade, na poesia do vento que
assombra, no desconhecido que te contempla com olhos gigantes e te completa.
Descubra quem é que mora aonde o coração pulsa, abra as portas e destranque a
fechadura. Não há como o amor não entrar. Vista seu corpo nu, de tudo que é
cru. Simples, fiel, feito a água límpida que cai do céu. Que verdade, verdade
bonita aparece sempre aí? Calça teus pés descalços e corre pra ver o mar subir,
cheio de ondas e segredos, o mistério é só um mistério, “indisvendável”,
incalculável. E não há como agarrar a liberdade de um pássaro nas mãos. Ou você
impede sua vida ou ele voa e vive. Não há como correr contra o tempo, que se
quer existe aqui. “Incronológico”, sem lógica ou hora marcada. Segue a tua
estrada, sem chegada! Colhe a paz em flores e plante no meio do caos, do barro,
do feio, do pesadelo, do que é pesado demais para se levar nas costas.
Verdejante serão as folhas e as flores de perfume sutil. Há paz em meio à
guerra, se a guerra não está dentro de você. Cala tua voz então, e entrega
flores à primavera sem fim. Que bonito jardim é a vida e a graça de estar aqui!
Leve em
tudo aquilo que você tocar, leve é a leveza e leve! Re-leve. Sublime. Teus
passos tão pequenos não merecem pisar se não na grama. Então traça teu caminho
aonde não há pedras, pessoas pedras, pedras das pessoas! A vida é feita de
escolhas, nem sempre o certo e o errado, mas os certos, os errados, os prováveis,
os incertos demais! Nada que não dance, nada que não viva, que não seja o que
talvez não seja.
Eu só
queria falar das verdades pela metade, do ponto final que incomoda a alma, das
certezas que não temos e do pouco que sabemos. Já me basta para ser feliz
então!