quarta-feira, 29 de agosto de 2012


  
De sementinha à abobora – 22 semanas



 22 duas semanas e a barriga que cresce, apontando pra quem quiser ver que há luz dentro de mim ! Que mudou muito e que ainda vai mudar. “O rosto se desenha um rostinho de mãe”, já me disseram. Uma menina mãe! As calças não fecham mais e é impossível dormir de bruços. O talvez já é certeza, cada pessoa passa pelo caminho que escreve, que traça. E o meu, talvez nas linhas tortas, ainda tem flores e música que fala sobre o amor.
   Os dentinhos já se formam dentro das gengivas, os pezinhos medem exatos 4 cm,  e a gente descobre que pequeno mesmo é o medo e que todo o resto é só sorriso fácil e um chutinho na barriga. Que cursar a vida vai muito além da matemática e muito além do que se vê, que é preciso sentir e sentir de novo, com a palma das mãos e com o coração, que é preciso chorar e ver pra crer, que nessa vida não há nada de errado e que um dia, a gente cresce e a gente aprende a entender!
   Entender que é preciso ser mais vento e passar pelas gretinhas e entrelinhas, que é preciso correr, mas nunca perder a leveza, que basta se reinventar, "Deixar de ser quem era e se transformar em quem é". Quem você é hoje? E agora? Nesse segundo! Você é de que cor, de que amor, você é flor? Se descobrir, no fundo da alma e deixar a alma se mostrar. De dentro pra fora, quem você é agora? Eu, sou mãe!

domingo, 19 de agosto de 2012

Deixa o coração sorrir

    Ontem num fundo de gaveta a minha mãe achou uma pequena cartinha num papel meio amarelo que não me lembro porque escrevi, mas que dizia para ela não desistir dos caminhos que queria tomar, ainda que sua vida não fosse como as pessoas idealizam ou as revistas nos mostram. A verdade é que Você não precisa ter três ou quatro filhos e uma mini vã para levá-los aos jogos. E não precisa justificar o que há dentro do coração pra quem quer que seja. Existe sempre a nossa parte intima que faz rimas do que gostamos de ser, sem ninguém precisar gostar ou aprovar.
   Hoje no meio do almoço em família, congelei a cena e me apaixonei pelo que vi. Minha avó sorrindo com os olhinhos tão azuis, a mão da minha tia na minha barriga, fazendo um carinho no Pedro, meu avô na churrasqueira preparando os pãezinhos de alho e ao fundo aquelas musicas velhas que a gente nunca cansa de escutar. Isso é amor, tão simples como juntar a família aos domingos e ver vídeo cacetadas, tão simples como um pão com manteiga e um café no copo de requeijão. Isso é o que existe dentro de mim, e talvez o único caminho do qual tenho certeza que pretendo pra sempre estar. Uma velha estrada de terra com pessoas amorosas e nas janelas das casas pequenas, florzinhas amarelas plantadas em vasos de margarina.
   Às vezes, me vem um medo e uma vontade de me esconder, como disse na carta “pegar a minha boneca e voltar para casa”. Fico pensando em como vai ser, em qual a melhor posição para o berço ficar, em qual lugar estar e na verdade, nada disso importa. Quando perdemos a essência acabamos desconfiando da força do amor e nos julgamos incapazes de fazer qualquer coisa certa. Os pés parecem cansados e os olhos pesados, o coração parece fraco, pouco bate, pouco sente. E quando isso acontece, talvez seja a hora de procurar os velhos pares de chinelos, um pouco mais de prece, um pouco mais de ar, pra respirar e ver que o mundo vai muito além do umbigo, do ego, do eu e que a felicidade vem à pingos de conta gotas, ou como um sussurro ao pé do ouvido. Que ela não grita, nem exagera, que é pequena, mas vale muito!





segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Viva!

   Eu pensei que nunca me faltariam palavras para contar das coisas boas e que tocam tanto assim o coração da gente. Mas são justamente nessas horas, às vezes tão pequeninas que a lágrima fala ao invés da gente dizer. Sábado descobrimos, o que as alianças não me disseram e nem os testes da colher. Era um menininho! O que o vovô Marquinho já dizia, era o Pedro, menino Pedrinho, pequeno gnomo iluminado do meu jardim de flores! Um serzinho de luz que habita minha barriga e que em breve vai correr pela rua e soltar pipa colorida!
   Não existe tamanho que eu possa alcançar e mostrar: é esse o amor que eu estou sentindo! Vai ver que amor de mãe é mesmo infinito... E que agora no mundo que às vezes me parecia confuso e de cabeça pra baixo, de longe consigo ver alegria e tudo dando certo pra essa pequena grande família que vive bem dentro do meu coração!
   Gratidão à luz que é Deus, pelo presente já tão amado e feito com cuidado, sem muito se pensar. Quando tudo dá certo sem a gente planejar, feito flores que nascem no campo e coração quando quer amar!!!
Um viva para o menino Pedro!!!!

terça-feira, 7 de agosto de 2012


Menina grande
   A gente cria na cabeça um jardim que nunca faltará água e nem flores e nem borboletas. A gente pega a esperança feito um punhado de areia nas mãos e quer que ela não saia pelos dedos. Um dia vem a seca e o jardim seca os galhos. Tudo é imprevisível e estar grávida, aos 18 anos, vida começando e mil pessoas falando que foi cedo demais tem me dado a lição da qual eu mais precisava: não se pode prever nada!
   Num dia você é só você, com seus caprichos tão jovens e um coração tão livre, no outro já não tem nada disso. Não tem caprichos, tem vida! Quer coisa melhor do que a vida? Tem um coraçãozinho que bate dentro de mim e um pezinho que chuta a barriga de madrugada e me faz acordar. Tem passos firmes pelo caminho, de uma borboleta que vivia tão solta e que agora gosta de crescer. A menina que não sabe cozinhar e nem colocar a segunda água do arroz sem fazer queimar. A menina que queria ser mãe e ser bióloga e fazer teatro na pracinha da cidade pequena e ver todos os olhos sorrindo. A menina que queria virar bailarina e depois queria ser sereia, a menina que nunca teve pressa de ser grande e acabou ficando grande menina, pra sempre! Que ainda quer sair de mochila e voltar com flores nas mãos e que o tempo não há de impedir.
   Aprendi que a ordem dos fatos pouco muda a vida e se muda é pra melhor. Se cair a gente levanta, se faz chorar... Agora é só por amor!